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Agricultura sustentável e geração de renda são pilares de projeto da Região Sul

Construindo o Amanhã faz a diferença na cultura do cacau em Buerarema, Una e Ilhéus. Bom exemplo!

04 de fevereiro - 2020 às 13h43
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ASCOM - COOPERAST

O cacaueiro é uma planta nativa de uma região úmida, que vai do Peru ao México, passando pelas bacias hidrográficas dos rios Amazonas e Orenoco. Segundo recomendações da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), para cultivá-lo, é necessário que o solo seja profundo e bem drenado, além de necessitar de sombra para se desenvolver. Com essas características de cultivo, o Sistema Agroflorestal (SAF) mostrou-se propício.  

Esse sistema consiste em integrar diversas culturas de ciclo longo, médio e curto, com características de desenvolvimento que se complementam, para obter uma melhora na produção, sem prejudicar o solo. No caso do cacau, o seu plantio ao lado de árvores frutíferas ou palmeiras, favorece a criação de sombra e a manutenção da umidade no solo, remetendo ao seu bioma original; por isso, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma das tecnologias mais bem-sucedidas para o plantio da espécie em diferentes regiões. 

Considerando esses benefícios, junto da necessidade de geração de alimentos e renda nas cidades de Buerarema, Una e Ilhéus, todas da região sul da Bahia, nasce a iniciativa Construindo o Amanhã, idealizada pela Cooperativa de Desenvolvimento Territorial (COOPERAST). O objetivo do projeto é mostrar aos agricultores e associações que, através do SAF, é possível unir sustentabilidade com produção alimentar e geração de renda.

Ao longo de 2019, O Construindo o Amanhã impactou diretamente 40 famílias, que receberam assistência técnica, mudas (cacau, seringueira, bananeira, goiabeira e açaí), insumos, capacitação, monitoria de campo, recomendação agroecológica e enriquecimento agroflorestal, com a recuperação de 20 Unidades Produtivas Familiares (UPF’s). Cada área individual conta com 0,42 hectare, onde são cultivadas espécies arbustivas, herbáceas e arbóreas. Por sua relevância regional, o projeto foi selecionado na Edição 2019 do Edital da Fundação Cargill.

Maicon Silva, coordenador geral da COOPERAST, conta que neste primeiro ano de parceria com a Fundação Cargill, já conseguiram a disponibilização de todas as áreas de cultivo, o preparo da compostagem, o plantio de mudas de cacau, o balizamento do SAF e a regulamentação cadastral de quase todas as famílias, processo que será concluído em dezembro deste ano. Alguns desafios também foram vencidos, como a quebra da resistência de alguns agricultores com relação ao SAF, através da prática e da percepção dos benefícios desse sistema de cultivo, a distância entre as áreas produtoras, minimizada com a promoção de mutirões que atuaram em todas as regiões, ainda que o deslocamento fosse complicado, e a proteção e nutrição das plantações, através da introdução de pequenas práticas agrícolas relevantes para esse sistema, como a utilização de biofertilizante e a cobertura de matéria orgânica na base da muda do cacau.

Com relação ao impacto financeiro do projeto nas comunidades, o coordenador geral da Cooperast coloca que: “ainda não houve um grande impacto, apesar das mudas e sementes já terem sido entregues. Esse impacto virá a médio/longo prazo quando as bananeiras, plantas anuais, e os cacaueiros começarem a produzir.” A importância do acolhimento da causa pela Fundação Cargill também foi destacada pelo coordenador geral da COOPERAST:

“Para os agricultores isso é uma vitória do associativismo. Trazer uma empresa de grande porte para dentro da comunidade é uma grande oportunidade que estamos tendo de receber novas tecnologias de baixo impacto, mudas de qualidade, melhoramento do banco genético do cacau, adubação orgânica, assistência técnica, além da visibilidade que a associação ganha perante outras comunidades, isso para os agricultores é motivo de orgulho. A Fundação Cargill traz também a perspectiva de novos projetos, mais desenvolvimento rural e diminuição da desigualdade rural”

Para o futuro, Maicon deseja expandir a percepção que a comunidade tem com relação ao potencial econômico e agrícola do cacau dentro do Sistema Agroflorestal: “queremos mostrar que o cacau além de gerar grandes valores também é capaz de conservar a biodiversidade, e que é possível conviver com o meio ambiente em harmonia. Esperamos também que outros produtores sigam o exemplo desses pioneiros”.

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