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Agronegócio na Bahia reage a enredo de escola de samba do Rio

Entidades emitiram notas de repúdio contra a escola de samba Imperatriz Leopoldinense. Saiba mais!

16 de janeiro - 2017 às 22h21
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Miriam Hermes / A Tarde / Foto: Divulgação

A Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), divulgaram, na última quinta-feira, notas de repúdio ao enredo deste ano da escola de samba Imperatriz Leopoldinense – uma das escolas de destaque no Carnaval carioca, cujo tema é Xingu, o Clamor que Vem da Floresta, do carnavalesco Cahe Rodrigues. O protesto reforçou a posição contrária a trechos da letra da música e algumas fantasias. Durante a semana, diversas outras entidades do setor no Brasil manifestaram desagrado. Um dos trechos mais criticados diz que “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios”. Conforme a nota da Abrapa, “chamar o agro de belo faz sentido, mas acusá-lo de ser monstro é inaceitável”. Também enfatizou que a produção brasileira de alimentos e fibras na safra 2015/2016 alimentou e vestiu “uma importante parcela da população mundial de sete bilhões de pessoas”. Ao destacar o papel relevante da agropecuária na economia nacional, os produtores de algodão reforçam o trabalho no campo como fundamental para que nas cidades as pessoas se alimentem, tenham acesso aos tecidos e remédios.  

“Não existe mágica. Alguém cultivou toda a matéria-prima dos produtos à nossa volta. Qualquer outra versão é fantasia de carnaval”, enfatizou a Abrapa, salientando que o produtor se especializa em produzir mais em menos espaço. Segundo a nota da Aiba, “os produtores rurais são apresentados de forma equivocada, com adjetivos pejorativos e ofensas gratuitas”. Ao tempo que considerou justa a homenagem aos povos do Xingu, o vice-presidente da entidade, David Schmidt, afirmou que “não há necessidade de denegrir a imagem dos agropecuaristas para elevar a do indígena”. Ele lamentou que o mundo verá, na passarela da Sapucaí, a visão deturpada desta atividade “que deveria ser exaltada”. Schmidt concluiu destacando que “o agronegócio brasileiro cumpre uma das leis ambientais mais severas do mundo, e que a atividade tem avançado cada vez mais no quesito sustentabilidade”. 
 


Esclarecimento 

Em nota assinada pelo presidente, Luiz Pacheco Drumond, a Imperatriz Leopoldinense destacou que a escola tem a marca do pioneirismo e se orgulha “da trajetória de grandes enredos com temática cultural”. E que “o homem do campo é presença constante em nossos desfiles”, como em recente homenagem a Zezé di Camargo e Luciano. “Dedicamos uma ala à agricultura, por entendermos a importância deste segmento para nossa economia”. 

Com o enredo do Xingu, a escola pretende “falar da rica contribuição dos povos indígenas à cultura brasileira e, ao mesmo tempo, construir uma mensagem de preservação e respeito à natureza e à biodiversidade”.  A nota esclareceu, ainda, que, “segundo relato da própria população que vive ali, a região ainda é alvo de disputas e constantes conflitos” e a produção, “muitas vezes sem controle, as derrubadas, queimadas e outros feitos em nome do progresso afetam de forma drástica o ambiente e comprometem o futuro de gerações vindouras”.

Por fim, enfatizou que o enredo não ataca o agronegócio nem trabalhadores, e que a escola tem recebido “críticas injustas e até ofensas ao samba”. Também explicou que há confusão na interpretação da letra, sendo “o belo monstro”, uma alusão à hidrelétrica de Belo Monte, “e não uma referência ao agronegócio”.

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