Desde que começaram a namorar, Kelly Patrícia de Jesus, de 21 anos, e William Marques, de 23, já sabiam que o relacionamento era para valer. Há dois anos juntos, o casal de Salvador, na Bahia, sempre se preocupou em juntar dinheiro para o futuro. Em maio do ano passado, William perdeu o emprego de auxiliar administrativo em um hospital, mas isso não impediu o casal de marcar a data do casamento, para janeiro de 2018. Depois de vender empadas em prol de um evento da igreja que frequentam, eles perceberam que o salgado também poderia ajudar as finanças para o casório.
— Eu vendo no estágio e na faculdade quase todos os dias, e ele vende na faculdade também. No fim de semana, a gente vai para o bairro da Barra vender — contou Kelly.
As empadas, vendidas a R$ 1, são feitas por Kelly, sua mãe e a irmã. Tem empada de frango, atum e de leite condensado, com coco e queijo ralado. Todo fim de semana o casal vai para a rua com uma placa dizendo "Ajude-nos a casar", e Kelly ainda coloca um véu de noiva na cabeça. Eles vendem cerca de 100 empadas por fim de semana, e o dinheiro arrecadado vai direto para um cofrinho em forma de garrafa PET que Kelly decorou para guardar as economias.
— Às vezes nós estamos muito cansados, mas vamos vender assim mesmo porque é divertido. Sempre vamos com a roupa e a placa, e as pessoas pedem para tirar foto com a gente, com a placa — disse.
Kelly sonha com um casamento tradicional na igreja, com véu, grinalda e vestido branco. O dinheiro da empada está sendo guardado para pagar essa parte e para ajudar William com as despesas da casa dele.
— A festa eu quero muito também, minha mãe disse que vai apertar nas economias para ajudar nessa parte, mas se não der não tem problema. Vamos continuar vendendo até o dia de casar e com certeza vai ter empada no casamento.