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Cruz sem Saúde: médicos pedem demissão e param UPA, Samu e IPER

Categoria protesta contra redução de salários e falta de condições adequadas para o exercício da profissão.

17 de novembro - 2015 às 10h53
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Por Caroline Gois | Bocão News

Na UTI. Assim encontra-se a o estado da Saúde no município de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano. Na noite segunda-feira (16), os médicos decidiram, por unanimidade, pela demissão coletiva. Os cerca de 20 profissionais que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e no Instituto de Pediatria do Recôncavo (IPER) param a partir desta quarta (18). "A decisão foi unânime e foi por um conjunto de questões. As condições de trabalho foi o fator principal. Há também a falta de medicamentos básicos na UPA e no IPER que faltam materiais e equipamentos como respiradores e monitores. Além do funcionamento inadequado de Raio X e laboratórios, que não funcionam 24h como deveriam", explicou o diretor de Comunicação do Sindmed, Gil Freire, em conversa com o Bocão News, na manhã desta terça (17).

O que desencadeou a assembleia foi um decreto anunciado pelo prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (PMDB) que, no último dia 6 determinou o corte de 20% dos salários de todo o funcionalismo municipal. O chefe do Executivo local alega adequações ao índice de pessoal para fugir de uma possível reprovação do Tribunal de Contas dos Municípios, além de economia, conforme mostrou o Bocão News no último domingo (8). Segundo Ribeiro, a redução vale para os meses de novembro e dezembro.

Para o vereador André Eloy (PRB), que atua de forma independente na Câmara da cidade, o importante é que haja um entendimento entre o prefeito e a categoria. "Tem que haver um bom senso. Caso contrário, a decisão trará prejuízos à população", afirmou, ressaltando que ainda não há sessão na Câmara marcada sobre o assunto. Com cinco vereadores de oposição e oito de situação, além de Eloy e mais um que atuam de forma independente, o vereador diz que existe uma oposição sem muita força e que, com esta decisão dos médicos, "é capaz que possam falar sobre o caso". "Vamos aguardar", disse.

Para o diretor do Sindmed, a situação da Saúde em Cruz é crônica. Ele informou que um médico do município ganha em torno de R$ 1.300 sem direito a férias ou 13º. "Até o contrato é precário. Não existem condições éticas de trabalho", denunciou, explicando que com o atendimento paralisado a partir de amanhã os pacientes que estão internados continuam sendo assistidos. "Não haverá abandono de plantão. A população já está sendo avisada, bem como a Sesab e Ministérios Público Estadual e Federal também já foram comunicados. Os pacientes serão transferidos para hospitais da região, principalmente para o Regional de Santo Antônio", afirmou.

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