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Diretor aponta “sobrepreço” em produtos da merenda escolar adquiridos pelo Governo do Estado

Assunto será discutido na próxima terça-feira (25), durante reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia.

21 de março - 2014 às 17h05
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Deputado Carlos Geilson (PTN) / Foto: Roberto Viana - Bocão News

Além dos problemas com terceirizados e prestadores de serviço, as escolas estaduais em Irecê, no norte do Estado, sofrem com a falta de merenda e com a incerteza de quando os alimentos serão entregues pelo Governo do Estado. O transtorno teve início após a mudança do regime de aquisição dos produtos. Até 2013, as escolas faziam a cotação no comércio local e recebiam o repasse com verbas destinadas a compra. Este ano, a Secretaria da Educação centralizou todo o processo, que passou a ser executado diretamente do Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Pelo novo procedimento, a escola faz o cadastro e envia formulário com itens que pretende adquirir mensalmente. Nesta sexta-feira (21), segundo dia letivo para escolas estaduais em Irecê, gestores das unidades de ensino cogitam a possibilidade de diminuir o horário das aulas, já que há pouca merenda em estoque e falta “mão de obra” para trabalhar nas cantinas devido à paralisação.

A reportagem do Sertão Baiano teve acesso, com exclusividade, a documentos e notas fiscais que comprovam uma grande diferença de preços entre produtos adquiridos pela Secretaria da Educação da Bahia e por escola estadual de Irecê. Em 2013, a direção da unidade adquiriu o quilo do peito de frango por R$ 5,50. Este ano, de acordo com cadastro da Secretaria da Educação, o mesmo item vai custar R$ 9,76. No ano passado, o colégio comprou leite longa vida pasteurizado com valor unitário de R$ 1,70. Em 2014, o gênero alimentício será adquirido pelo Governo do Estado por R$ 2,74. O quilo da carne bovina (músculo em cubos), comprado em 2013 por R$ 8,70, terá custo final de R$ 14,22, de acordo com o novo sistema de aquisição.

A diferença de preço também é registrada na compra de peito de frango, macarrão, café, biscoito, açúcar, dentre outros itens. “Com tanto dinheiro assim, podíamos comprar quantidades maiores de merenda escolar e ainda aquecer o comércio local”, observou diretor, que pediu para ter a identidade preservada. O assunto foi levado ao conhecimento do deputado Carlos Geilson (PTN), titular da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia. De antemão, o parlamentar não questionou a legalidade do processo, mas lamentou a demora na entrega dos produtos em Irecê. “Com a mudança do sistema de compra, o Governo do Estado deixa de contemplar o comércio local, o que era interessante para as cidades de menor porte. Entretanto, independente de qualquer procedimento administrativo, a merenda não pode faltar. Isso, sim, é preocupante”.

Carlos Geilson se comprometeu a colocar a situação, bem como os demais problemas enfrentados pelas escolas da rede estadual na cidade, na pauta de discussões da Comissão de Educação do Poder Legislativo, que acontece na próxima terça-feira (25).

Agora, é aguardar as cenas dos próximos capítulos...

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