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Eleição de 2020 confirma ascensão da mulher

Policiais civis e militares estão entre as principais protagonistas da nova tendência na política.

20 de julho - 2020 às 07h56
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Bocão News

Mais mulheres, mais policiais e muito mais mulheres policiais. A disputa pelas prefeituras de capitais deste ano, a primeira após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, terá um maior protagonismo de policiais militares, civis e mais candidaturas femininas competitivas. Ao menos oito mulheres policiais são pré-candidatas a prefeituras do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Aracaju, Goiânia e Manaus, sendo seis delegadas de polícia e duas policiais militares. Na eleição de 2016, apenas uma policial disputou uma prefeitura de capital, em Goiânia.

As candidaturas vão desde partidos mais à esquerda, como PT e PDT, até legendas conservadoras, como DEM, PSC e Podemos. Pelo calendário eleitoral, as siglas têm que confirmar o nome dos candidatos entre 31 de agosto e 16 de setembro. O registro deve ser feito até 26 de setembro. Segundo maior colégio eleitoral entre as capitais, o Rio de Janeiro terá a delegada Martha Rocha (PDT) como candidata a prefeita. Deputada estadual em segundo mandato, ela deve encabeçar uma chapa de partidos de centro-esquerda que também inclui PSB, PV e Rede.

Ex-delegada-geral da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ela entra na disputa com um discurso contra a violência e a corrupção. “O Rio precisa de gestão competente, de honestidade, de seriedade, de dignidade e de vergonha na cara”, disse a deputada ao lançar sua candidatura, no início de junho. Em Salvador, o PT escolheu como candidata a Major Denice Santiago, que vai disputar a prefeitura da capital com o apoio do governador Rui Costa (PT). Segunda mulher a alcançar a patente de major na Polícia Militar da Bahia, Denice ganhou notoriedade ao comandar a Ronda Maria da Penha, equipe que cuida da segurança de mulheres sob medida protetiva. "Acho fantástica a possibilidade de nós, trabalhadoras da segurança pública, participarmos de uma disputa eleitoral. Mostra que nós estamos ocupando um espaço e temos muito a contribuir com a gestão pública", afirma Denice à Folha.

Sua escolha como candidata a prefeita, contudo, gerou resistências dentro do PT. Setores do partido criticaram o fato de a pré-candidata não ter um histórico de militância na sigla e ser uma expressão da corporação da Polícia Militar. Denice diz que as resistências foram superadas. "Minha história se confunde com a própria história do PT. Represento a corporação [Polícia Militar] que o PT gostaria que existisse, uma segurança pública de direitos, que vai cuidar das pessoas." A pré-candidata afirma que o Brasil tem uma tradição de militares de esquerda que remete a Carlos Lamarca e a Luís Carlos Prestes. O PT também escolheu uma policial para disputar a Prefeitura de Goiânia. A deputada estadual Adriana Accorsi, que integra os quadros da Polícia Civil de Goiás há 20 anos, concorrerá ao cargo pela segunda vez.

No Recife, a delegada Patrícia Domingos é pré-candidata pelo Podemos. Ela ganhou visibilidade na capital pernambucana ao comandar a Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, que foi extinta pelo governador Paulo Câmara (PSB) em novembro de 2018 para a abertura de um departamento de combate ao crime organizado.

A mudança gerou polêmica porque, com o ato oficial, a policial voltou para a Delegacia de Homicídios. Nos bastidores, integrantes do governo a acusam de usar o cargo para perseguição política. Sete deputados foram investigados. Poucos dias antes da eleição de 2018, a delegada indiciou sob suspeita de contratação de funcionários fantasmas a então vereadora do Recife Marília Arraes (PT), sua potencial adversária na disputa pela prefeitura da capital pernambucana. O Ministério Público do Estado de Pernambuco arquivou o inquérito. À Folha Patrícia diz que está conversando com o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) e o ex-ministro Mendonça Filho (DEM), também pré-candidatos, para composição de uma chapa única. 

Em Aracaju, duas delegadas devem entrar na disputa municipal: Georlize Teles (DEM) e Danielle Garcia (Cidadania). Em Manaus, o PSC, partido do governador Wilson Lima, deve lançar o nome da delegada Débora Mafra. Ela atuava na delegacia especializada de combate a crimes contra mulheres. O maior protagonismo das mulheres nesta eleição municipal não ficará restrito às policiais. Ao todo, 38 mulheres são pré-candidatas às prefeituras de 21 capitais, levando em conta os partidos com representação no Congresso Nacional.

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