No dia da estreia da Copa do Mundo, nesta quinta-feira, 12, um outdoor que traz uma mulher com blusa de futebol e os seios cobertos por luvas de goleiro reacende debate sobre turismo sexual no Brasil durante o Mundial. Enquanto os governos estadual e federal fazem campanha contra o turismo sexual, um outdoor que traz uma mulher com blusa de futebol e os seios cobertos por luvas de goleiro associa a imagem da Copa do Mundo ao ato sexual. A publicidade do hotel Alfama está instalada na Avenida Paralela, uma das principais vias de acesso a Salvador para quem chega na cidade pelo aeroporto. O superintendente de apoio e proteção aos direitos humanos, Ailton Ferreira, condena esse tipo de propaganda. "Campanhas dessa natureza não são boas, principalmente quando usa a imagem da mulher dessa forma. Mulher não é mercadoria, não é troféu, merece respeito. Ailton Ferreira diz que esse tipo de publicidade incentiva o turismo sexual. "Há muito tempo que tem essa ideia no exterior de que a mulher no Brasil é objeto fácil. Então todos têm que contribuir para mudar isso, não só o governo, mas a população e iniciativa privada. Claro que tem a liberdade de propaganda, mas poderia outra publicidade".
O superintendente disse que vai entrar em contato com a Secretaria de Comunicação do Estado e Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres para discutir uma forma de interceder nesse caso. "Vamos ver que tipo de ação pode ser feita. A ideia é sugerir de forma amistosa que repense essa propaganda, já que está todo mundo (governos federal e estadual e Ministério Público) falando do mesmo jeito (contra o turismo sexual), então isso destoa dessa onda". Essa não é a primeira vez que uma propaganda associa a imagem do Mundial a um ato sexual. Em maio, um outdoor da Boate Bahamas, em São Paulo, insinuava uma mulher praticando sexo oral em um jogador de futebol. A publicidade causou polêmica e foi condenada pelo governo federal.
Uma série de camisa da empresa Adidas lançadas para o Mundial também foi criticada por conta da conotação sexual. As roupas deixaram de ser vendidas após a polêmica. A reportagem entrou em contato com o hotel e a secretária informou que a gerente daria um retorno, mas não aconteceu.
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