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Escorpião-amarelo: está chegando a época em que eles reaparecem

Existem cerca de 2.500 espécies no mundo, pelo menos 160 delas são encontradas no Brasil. Saiba como se prevenir!

10 de agosto - 2022 às 10h37
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Fauna News // Diário do Nordeste

Depois de alguns meses frios e secos em quase todo o Brasil, os dias mais quentes e as primeiras chuvas da primavera estão prestes a chegar. Muitas espécies de animais dependem da temperatura ambiente para manter ou acelerar seu metabolismo, e o frio e a seca do inverno fizeram com que procurassem refúgio nas camadas mais profundas do solo, em busca de temperaturas mais equilibradas e umidade. Permaneceram escondidos por meses e começam, finalmente, a se movimentar mais, deixando seus refúgios após as primeiras chuvas.

Entre essas espécies estão os escorpiões. São conhecidas cerca de 2.500 espécies de escorpiões no mundo, sendo 160 no Brasil. A grande maioria é inofensiva, com apenas quatro espécies podendo causar acidentes graves em humanos no Brasil. A principal, pelo alto número de acidentes e pela ação potente de seu veneno, é o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus). São fáceis de serem reconhecidos. Os adultos medem aproximadamente sete centímetros e tem cor amarelada nas pernas e nos palpos, assim como a cauda, que tem uma mancha escura ventral no penúltimo segmento.

O último segmento da cauda, chamado de vesícula, contém as duas glândulas de veneno, que é injetado pelo ferrão curvo que fica em sua extremidade e que possui uma abertura em sua ponta por onde sai o veneno. Logo abaixo do ferrão existe uma pequena protuberância e nos dois últimos segmentos da cauda há duas filas de pequenos espinhos que se assemelham a uma serra, daí o nome serrulatus que foi dado a essa espécie. A coloração amarelada das pernas e cauda, o corpo marrom acinzentado mais ou menos homogêneo, sem manchas escuras, a presença da protuberância sob o ferrão, em conjunto com a “serra” na cauda caracterizam a espécie Tityus serrulatus.

Nessa espécie os machos são raros. Foram encontrados recentemente somente em uma pequena região no norte do estado de Minas Gerais. Nas outras regiões só são conhecidas fêmeas, que se reproduzem por um processo chamado partenogênese, no qual os óvulos se desenvolvem sem a necessidade de fecundação, originando descendentes que são cópias da mãe. São gerados de um a cerca de 20 filhotes, que são colocados pela mãe em suas costas ao nascerem. Ficam ali até sofrerem a primeira troca de pele. Após esse processo, descem do dorso materno e passam a ter vida independente.

O escorpião-amarelo é uma espécie exclusivamente brasileira, mas não se sabe exatamente sua região de ocorrência original. Isso ocorre porque é uma espécie oportunista, que há muitas décadas tem ampliado sua distribuição aproveitando-se de perturbações no ambiente produzidas pelos seres humanos. Se deram muito bem na periferia de áreas urbanas, vivendo em terrenos baldios, ao longo de ferrovias, estradas, e em galerias pluviais das cidades. Alimentam-se de insetos, e nas áreas urbanas existe fartura de algumas espécies de insetos, como as baratas, que são caçadas pelos escorpiões.

Em alguns casos foram transportados junto com mercadorias e levados para regiões distantes da sua área original. Como se adaptam bem a áreas urbanas e não precisam de parceiros sexuais para reprodução por serem partenogenéticos, acabam sendo introduzidos com relativa facilidade em novas regiões. Por causa dessa facilidade em se espalhar, o escorpião-amarelo é atualmente encontrado na maioria dos Estados brasileiros, incluindo cidades onde não ocorriam naturalmente nas regiões Norte, Sul, Centro-Oeste e Nordeste.
 


COMO SE PREVENIR


Verificar roupas, toalhas e sapatos antes de utilizá-los;
Manter berços e camas afastados de paredes;
Manter quintais e jardins limpos e não acumular lixo;
Telar ralos, pias e tanques.


COMO SOCORRER A VÍTIMA

A medida imediata deve ser lavar o local da picada com água e sabão, e, em seguida, procurar atendimento médico urgente. Se possível, é recomendado capturar e levar o animal (vivo ou morto) para facilitar o diagnóstico.
Não amarrar, fazer torniquete ou curativo que feche o local;
Não aplicar nenhum tipo de substâncias (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) para evitar infecções;
Não cortar, sugar, perfurar ou queimar o local da picada.

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