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Jovem cientista da escola pública que chegou onde nenhum brasileiro chegou

Premiada aos 19 anos, Juliana Estradioto desenvolveu plástico a partir da casca da macadâmia e ganhou um prêmio bastante inusitado. Conheça essa história!

09 de março - 2020 às 11h25
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EL País Brasil

Foi graças à casca do maracujá que a estudante Juliana Estradioto, 19, viajou de avião pela primeira vez. Em 2017, ela saiu de Osório, um pequeno município de 45.000 habitantes no Rio Grande do Sul, para ir até São Paulo apresentar seu projeto científico: um plástico biodegradável feito a partir dos restos da fruta. Da primeira viagem de avião para cá, Juliana desenvolveu outros projetos, ganhou prêmios, viajou para a Suécia, onde participou da entrega do prêmio Nobel, patenteou outra descoberta e entrou na universidade. Tudo na velocidade de um asteroide. Talvez o seu próprio, já que ela é a única brasileira a ter um asteroide com seu nome, fruto de um prêmio internacional que recebeu por suas descobertas.

Formada no Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), ela acredita que sua trajetória numa instituição pública de referência fez toda a diferença para chegar onde chegou. “Se eu não tivesse estudado em uma escola que tem como pilares o incentivo à pesquisa e à extensão, acho que talvez nem soubesse que dava para fazer pesquisa no ensino médio”, disse, por telefone, ao EL PAÍS. “Tive oportunidades lá que nem na escola privada eu acho que teria”, afirmou, enquanto preparava a mudança para Porto Alegre. Na capital, ela dará início ao curso de Engenharias de Materiais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Sou apaixonada por laboratórios”, conta.

Sua trajetória nas instituições públicas são parte da resistência formada por estudantes e pesquisadores, frente a uma série de ataques à ciência e à academia, além dos cortes em série dos últimos anos. “Eu tinha muita esperança de quando eu fosse para a universidade as coisas fossem melhorar, mas estamos vivendo uma globalização da falta de valorização da ciência”, diz. Ainda assim, ela se diz otimista. “Meu maior sonho é que todo jovem brasileiro tenha oportunidade de fazer pesquisa como eu tive. Espero, no futuro, fundar uma instituição só para mim.”

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