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Mais de 70% dos PMs apoiam a desmilitarização

Constatação tem base no estudo Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública.

31 de julho - 2014 às 04h14
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A Tarde / Foto: SECOM Bahia

Uma pesquisa realizada com 21,1 mil agentes de segurança pública de todo o país aponta que 73,7% apoiam a desvinculação ao Exército e 87,3% acreditam que o foco de trabalho da PM deveria ser reorientado para proteção dos direitos de cidadania. Se considerados apenas os policiais militares, o percentual de entrevistados que apoiam a desmilitarização sobe de 73,7% para 76,1%. O estudo "Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública", realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO SP) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), foi apresentado nesta quarta-feira, 30. Além de policiais militares,integrantes da Polícia Civil, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Cientifica/Perícia rambém contribuíram com a pesquisa.

Segundo as informações coletadas, não é apenas a organização das polícias que precisa ser reestruturada, na opinião dos agentes. Baixos salários (99,1%), formação e treinamento deficientes (98,2%), contingente policial insuficiente (97,3%), falta de verba para equipamentos e armas (97,3%), leis penais inadequadas (94,9%) e até mesmo corrupção (93,6%) foram considerados alguns dos principais obstáculos para a realização de um trabalho mais eficiente. Segundo 86% dos agentes de segurança pública, falta foco em resultado e sobra burocracia. Os dados refletem também uma ligeira insatisfação com a carreira, já que 34,4% dos entrevistados afirmam que pretendem sair da corporação assim que tiverem outra oportunidade profissional e 38,7% dizem que se pudessem voltar no tempo teriam escolhido outra carreira. Nestes resultados pesa o fato de que 65,9%  já foram discriminados por serem agentes do sistema de segurança e 59,6% já terem sido humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.

No quesito comportamental, 83,7% acreditam que um policial que mata um suspeito deve ser investigado e julgado pela justiça e 43,3% afirmam que este mesmo policial deve ser inocentado. Já para 43,2%, um policial que mata um criminoso deve ser premiado pela corporação. Nesse quesito, eles poderiam escolher mais de uma opção. Apesar de 87,7% dos entrevistados afirmarem que a população deveria participar da decisão sobre as prioridades do trabalho de policiamento no bairro ou região de residência, 46,7% acreditam que a comunidade não deveria influir de forma decisiva no afastamento de um policial apontado por vários moradores como violento ou desrespeitoso e 53,3% afirmam que nunca participaram de nenhuma reunião de conselho comunitário de segurança.

A relação com o Judiciário e o Ministério Público (MP) não é menos conturbada. Para mais da metade dos entrevistados, o Ministério Público e o Judiciário não consideram as dificuldades inerentes ao trabalho policial e cobram demais, sem colaborar para gerar melhorias. Já 4,9% dos entrevistados acreditam que o MP é uma instância que se opõe ao trabalho policial, tornando-o mais difícil, e 18,1% pensam o mesmo sobre o Judiciário.

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