bannerfull

Mulheres: Nós somos naturalmente capazes

Uma reflexão sobre nascimento, família, amor e o encaminhamento natural da vida. Vale a pena conferir!

14 de maio - 2015 às 21h27
Mulheres-Ns-somos-naturalmente-capazes

Foto: Arquivo pessoal

* Por Denise Karla

As mulheres têm sofrido, ao longo do tempo, uma perda total de sua coragem e empoderamento em áreas antes tão naturais, que hoje passam despercebidas diante da sociedade. A doce tarefa de educar seus filhos e de parí-los enquadra-se nesta triste realidade. As nossas avós, em sua maioria, pariam em casa, acompanhadas por “dôlas”, seus maridos na sala, com os familiares, prole e aquela alegria que cerca a chegada de um novo membro em seu clã. Era um momento festivo e muito natural. Atualmente, vivemos a desvalorização do parto como algo natural para as mulheres e entramos na era da cesariana. Cerca de 52% dos partos feitos no Brasil são cirúrgicos (Fonte: Ministério da Saúde), ou seja, mais da metade. Quando decidida a permitir que a natureza faça o seu papel, mulheres são desencorajadas por alguns médicos com as desculpas mais “esdrúxulas” possíveis:

“O seu bebê é muito grande”.

“O seu bebê está enlaçado”.

“Com o parto cirúrgico, você não sentirá dor”.

“Falta de dilatação” (antes do trabalho de parto).

“Diagnóstico de desproporção céfalo-pélvica” (sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto).

“Bolsa rota” (o limite de horas é variável para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe).

“Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas).

“Bacia muito estreita”


Obviamente, não estou generalizando. Não digo aqui que todos os médicos induzem ao parto cirúrgico. Porém, observem se a DPP (Data Provável do Parto) for próxima a algum feriado, certamente, alguma mulher ouviu ou ouvirá um destes “diagnósticos”. E a cada dia, pensamo-nos mais impotentes... Se parir, que era algo tão nosso, tão lindo, tem sido assim, imagine o criar?

Mas, se internalizarmos que o trabalho de parto se inicia com uma descarga natural da droga do amor, (isso mesmo, a ocitocina é considerada o hormônio do amor), tudo se esclarece e a situação muda completamente! É necessário que haja uma injeção natural de amor para que consigamos dar a luz aos nossos filhos. Influencia diretamente no aleitamento materno, também. Existe algo mais completo? Ao ato sexual, o qual gerou aquela vida, chamamos carinhosamente de “fazer amor” e, porque não, entender o desfecho deste episódio também como algo prazeroso?

Quando descobri minha gravidez disse ao meu obstetra que queria um parto natural e humanizado e fui de pronto apoiada. Comecei a estudar sobre as possibilidades reais aqui de nossa cidade e descobri que temos aqui em Irecê uma casa de parto! Visitei, conheci os profissionais e me encantei. Funciona no antigo Hospital Municipal. É muito simples. Não tem ar condicionado, não tem luxo, mas tem uma coisa que há muito eu não via: humanização na saúde! (Em se falando de partos) Mulheres, este é o nosso mês! Então, busquemos nossa essência natural. Tomar posse de nosso poder! Poder da vida, do amor, da liberdade e igualdade de gênero! Do orgulho de ser feminina, de ser mãe, de ser trabalhadora, de ser a liga que une a família e o mundo.

* Denise Karla Correia é administradora de empresas, coordenadora do CRAS em Jussara e membro da Comissão Nacional de Cultura.


Nota do editor: Que Natan venha ao mundo cheio de saúde e preencha nossas vidas de alegria.

Galeria de fotos

Comentários

netools comunicação digital
Sertão Baiano - Todos os direitos reservados © - 2024