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“Não quero ser enterrado com a bandeira do PT”, diz Zé das Virgens

Ex-prefeito de Irecê fala sobre fim do ciclo no Partido dos Trabalhadores e admite conversas com o PMDB.

14 de abril - 2015 às 10h18
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Foto: Jornal da Chapada

Daniel Pinto

“Não quero ser enterrado com a bandeira do PT e nem de nenhum outro partido. Partidos, times de futebol, religiões... Nada disso é mais importante do que o indivíduo. O que me interessa, de fato, é o ser humano”. Palavras do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Irecê Zé das Virgens (PT), que - em conversa com a reportagem do Sertão Baiano - avaliou seu papel dentro do Partido dos Trabalhadores e fez conjecturas sobre o futuro político. Durante o bate-papo, ele negou que esteja “insatisfeito” entre os companheiros, mas admitiu que sua trajetória dentro do partido da estrela vermelha pode estar perto do fim. “Fundei o PT em Irecê, fui candidato em diversas eleições, fui deputado e prefeito e deixo um legado de conquistas para a região. O melhor a fazer é deixar o inventário em vida, né”, ironizou.

Apesar de mostrar respeito e consideração pela legenda, Zé das Virgens reconhece que perdeu espaço com a ascensão de Augusto de Almeida Neto (Jacó), que na última eleição teve mais do que o dobro de votos do ex-líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia. “Foi um desempenho surpreendente, admito. Talvez se estivéssemos juntos um de nós seria eleito. Acho que faltou conversa, faltou entendimento da conjuntura política, já que ele podia ser o meu sucessor. Na vida pública é fundamental reconhecer quando um projeto chega ao fim. A reforma política é a pauta do momento: esse formato político-eleitoral está desgastado, as pessoas querem mudanças, precisamos ficar atentos”.

O ex-prefeito de Irecê confirmou ter recebido convite dos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima para se filiar ao PMDB. “Conversamos, sim. Tenho reconhecidos serviços prestados à nossa região e ao Estado. É natural que haja interesse de outros partidos. Também recebi convites do PV, PSB e outras legendas. Tudo tem que ser avaliado com calma. Mas, uma coisa é certa: o tempo para qualquer resposta é o prazo legal”, afirmou numa referência à Lei das Eleições (n° 9.504/1997), que estabelece que o candidato deve “estar filiado a um partido político pelo menos um ano antes do pleito”.

Ainda sobre a proposta dos irmãos Viera Lima, ao ser instigado pelo Sertão Baiano, Zé das Virgens disse que não haveria “nenhum tipo de constrangimento” para ingressar no partido, já que, em sua análise pessoal, o PMDB não faz parte da base aliada do Governo Luizinho Sobral. “A vice-prefeita Dorinha Lélis é do PMDB e rompeu desde o início do mandato. O secretário Edgard Mário é filiado ao PMDB, mas foi escolhido dentro da cota pessoal do prefeito. Portanto, não há esse vínculo político”, finalizou, sem sentença definitiva, mas revelando indícios de quais serão seus próximos passos.

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