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Parque Eólico em Casa Nova abandonado pela CHESF

Investimento de R$ 635,4 milhões no Sertão da Bahia está corroído pela ferrugem e se tornou monumento à ineficiência.

03 de junho - 2015 às 11h36
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Bahia Negócios

O empreendimento que começou mal e cheio de irregularidades está cada vez pior, mas agora, enterrando no festival de irresponsabilidades mais de R$4 240 milhões aplicados, de um total previsto para chegar à casa dos R$ 635,4 milhões e se tornar um dos maiores parques eólicos do Brasil, localizado no município baiano de Casa Nova. O assunto veio a público graças a uma oportuna reportagem publicada pelo jornal Estado de Minas, ao descobrir que apenas 3o imensas torres de 100 metros de altura já foram colocadas na região, mas, inermes, parecem os moinhos de ventos que, assustavam e desafiavam o destemido e honesto guerreiro Dom Quixote de La Mancha. Durante o processo licitatório realizado em 2010 e vencido pela Companhia de Hidro Eletricidade do São Francisco (CHESF) – sempre ela! – o leilão do lote de geração de energia eólica foi contestado na Justiça, com uma dura advertência da 23ª Vara Federal do Rio de Janeiro quanto à capacidade da Companhia executar a obra e fosse obrigada a ressarcir os perdedores, caso houvesse a anulação do processo de concessão.

Assim como aconteceu em outro projeto eólico da Renova, na Bahia, onde a CHESF não teve a mínima condição de entregar no prazo as linhas de transmissão, gerando um prejuízo de centenas de milhões para os cofres públicos, o Parque de Casa Nova, que deveria ficar pronto para fornecer e distribuir energia até dia 1º de janeiro de 2013, hoje representa um desperdício de dinheiro e um monumento à ineficiência. Tudo isto se atribui a uma série de erros, atrasos em cumprimento de licenças e à falência de empresas que deveriam construir a planta para a CHESF e o que se vê no local são equipamentos de alto valor abandonados e corroídos pela ferrugem, junto a cabos de aço, vergalhões e bobinas ao lado das imensas torres, sem nenhum operário à vista. O projeto do Governo Federal, por meio CHESF, previa, inicialmente, a implantação de 120 torres para a  captação de energia eólica a um custo estimado de R$ 800 milhões, depois reduzido,  tendo a empresa ganhadora da concorrência, a IMPSA Wind, repassado a operação de construção das torres a outras pequenas empresas:  TEC, DOIS A, CGE, Construsel e IM.

Em 2 de setembro de 2014 o superintendente de Projetos e Construção de Geração da CHESF, Ruy Barbosa Pinto Júnior, ofereceu um almoço aos jornalistas, no Quality Hotel, orla 2 de Petrolina, quando afirmou ser o Parque Eólico de Casa Nova “um projeto 100% CHESF”, com 3  parques com capacidade instalada de 180, 28 e 26 megawatts, respectivamente, totalizando 234 megawatts, garantindo que a primeira etapa seria inaugurada em janeiro de 2015. Ledo engano, como se comprovou ao passar dos anos. Se ninguém tomar uma providência imediata e séria, mais de 400 operários ficarão sem seu sustento advindo das obras e a região, extremamente carente, perderá os tão sonhados megawatts, mas o caso cheira mal diante das informações dos empreiteiros que teriam recebido 70% do valor das obras, porém apenas 30% delas foram, na verdade, executadas.

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