bannerfull

Sem acordo, Braskem admite parar fábricas

Governo do Estado nega paralisação do Polo Industrial de Camaçari, conforme havia sido antecipado pela Folha de S. Paulo.

21 de agosto - 2014 às 18h24
Sem-acordo-Braskem-admite-parar-fbricas

Joyce de Souza / A Tarde - Foto: SECOM Bahia

A menos de 15 dias do fim do prazo do contrato de R$ 14 bilhões entre Petrobras e Braskem para fornecimento da nafta, o setor petroquímico aguarda com expectativa pela solução do impasse sobre o reajuste do insumo básico de toda a cadeia produtiva de plásticos. A ameaça de uma consequente paralisação de metade do Polo Industrial de Camaçari -  divulgada nesta terça-feira, 19, pelo jornal "Folha de S. Paulo" -   foi, entretanto, descartada pelo governo baiano e pelas principais entidades representativas do setor. Na  reportagem da Folha, o  presidente da Braskem, Carlos Fadigas, admite que a empresa pode paralisar total ou parcialmente duas fábricas nas próximas semanas. "Sim, há essa possibilidade, mas estamos empenhados em encontrar uma solução", diz. Ele, no entanto, não cita a   unidade que  poderia ser afetada. O jornal paulista afirma  que  as linhas de produção que podem ser paralisadas são a fábrica de Mauá (SP) e metade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

"É uma questão que está nos fazendo perder o sono, já que a indústria  não comporta mais um novo custo. Mas, ainda assim, o Polo de Camaçari talvez fosse o menos ameaçado, por ser um complexo moderno para onde estão programados investimentos de peso, como o complexo acrílico da Basf, inclusive em parceria com a Braskem", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo. Ele acredita que as atividades da Braskem em Mauá (SP) e Triunfo (RS) estariam  mais vulneráveis. A primeira, pelo fato de, ao contrário de Camaçari, não contar com um porto e uma refinaria próximos, "sendo o porto  fundamental, no caso de   importação", frisou. Já em Triunfo, o comprometimento é justamente pelo fato da unidade depender hoje 100% de nafta importada, diferentemente de Camaçari".

Para o presidente da Abiquim, a solução imediata para a questão passa pela medida impopular de reajustar a gasolina, reduzindo a demanda pela nafta destinada ao produto. O secretário de Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, acredita que a questão deva ser resolvida com subsídios. "É uma negociação entre gigantes, mas que deve ser vista também pelo lado positivo por promover uma discussão acerca da logística atual da nafta", disse. Segundo Correia, o governador Jaques Wagner também estaria preocupado com o impasse  e até já  teria recebido a diretoria da Braskem para tratar a questão, além de estar conversando, paralelamente,  com a diretoria da Petrobras. "É praticamente impossível se acreditar que um negócio que envolve bilhões entre empresas prósperas e sócias não chegará  a um consenso", diz Mauro Pereira, superintendente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic).

Galeria de fotos

Comentários

netools comunicação digital
Sertão Baiano - Todos os direitos reservados © - 2024