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Tecnológica solidão

Estreia na Amazon Prime Video a ótima série Solos, que traz Morgan Freeman e Helen Mirren em reflexões futuristas, alternando esperança e nostalgia.

29 de junho - 2021 às 09h21
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Isto É

Felipe Machado  

Entre as consequências sobre a comunidade artística, a pandemia despertou em roteiristas e diretores a vontade de refletir sobre a solidão, mas também sobre o que significa ser humano em um mundo cada vez mais tecnológico. “Solos”, nova série da Amazon Prime Video, reúne esses dois elementos de maneira sensível e reflexiva. Com episódios independentes e um elenco de grandes estrelas de Hollywood, a produção traz monólogos filosóficos ambientados em cenários futuristas.

Embora trate da solidão tecnológica cada vez mais presente entre nós, o tom emocionante impede de classificar “Solos” como uma distopia. Ao contrário de outras produções recentes, a exemplo de “Black Mirror” e “The Handmaid’s Tale”, troca o terror e o medo pela melancolia para dar vida a um formato original que poderia ser batizado de “nostalgia digital”. Em meio a cabines de naves espaciais e paraísos artificiais, os personagens refletem sobre a memória, os amores perdidos e questões mal resolvidas de identidade.  

A série foi criada por David Weil, conhecido por “Hunters”. Além dos bons roteiros, chama a atenção a presença de grande nomes, como Morgan Freeman, Anne Hathaway e Helen Mirren, todos vencedores do Oscar. Completam o time Anthony Mackie, Emmy Uzo Aduba, Nicole Beharie, Dan Stevens e Constance Wu – sim, são oito atores em sete monólogos, mas explicar como isso acontece se tornaria um desnecessário spoiler.

Odisseias no espaço  

David Weil explica que os roteiros foram escritos durante a pandemia e inspirados pelas lembranças que ouvia quando era criança. “A primeira vez que me apaixonei por relatos assim foi na cozinha de minha avó, ouvindo suas memórias de superação e heroísmo durante a Segunda Guerra Mundial”, disse Weil em entrevista à imprensa internacional. Ele comparou a série a uma cápsula do tempo: “Esse material ficará para sempre marcado como um registro do que passamos no último ano e meio”. E acrescentou:

“Quis voltar ao conceito básico do contador de histórias, alguém relatando uma experiência pessoal em um único cenário.” Segundo Weil, as referências de ficção científica foram inspiradas por seu filme favorito do estilo, “2001: Uma Odisseia no Espaço”, do mestre Stanley Kubrick: “Eu queria que ‘Solos’ trouxesse esperança e afirmasse a humanidade diante dos tempos de escuridão em que vivemos.” O tom otimista pode ser confirmado pela fala de Stuart, personagem de Morgan Freeman no último episódio”: “uma memória não é apenas algo que você possui, mas uma promessa.”

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