Pelo terceiro dia consecutivo, a sessão da Câmara Municipal de Salvador foi suspensa. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição, atribuiu a ausência de parlamentares da base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) a uma orientação do Executivo nesta quarta-feira (08).
“Olha, a nossa bancada tem vindo desde duas horas, duas e meia que a gente está aqui, tentando ver se tem sessão, mas inesperadamente, estranhamente, mais uma vez, a gente chega aqui e não tem número para abrir a sessão. Quem dá quórum aqui é a bancada do governo, a bancada do prefeito. Deve ter alguma orientação para a bancada deles de não vir para a Câmara”, afirmou Aladilce.
A vereadora relacionou o esvaziamento das sessões à chegada de novos projetos do Executivo que tramitam nas comissões da Casa. Segundo ela, entre as propostas está o Projeto de Lei nº 424/2025, que trata do aumento de gabarito de obras e foi alvo de recomendação do Ministério Público para não ser votado.
“Quando tem alguma pauta negativa para o Executivo, acontece esse esvaziamento. Chegaram muitos projetos e eu acho uma temeridade a Câmara votar de maneira apressada esses projetos, que têm repercussão social, econômica e política para a cidade”, disse.
A parlamentar também criticou o rito de tramitação das matérias e afirmou que a Câmara estaria descumprindo procedimentos previstos na Lei Orgânica e no Regimento Interno.
“O processo legislativo está sendo atropelado por imposição do prefeito, que está jogando tudo para cá. No próximo ano tem eleição, então ele não deve estar querendo uma pauta negativa no próximo ano”, declarou.
Aladilce ainda mencionou o investimento de R$ 3,6 milhões feito pela prefeitura na contratação da Fundação Getúlio Vargas para elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e questionou a ausência de debate sobre o tema. “Então, para que isso, se ele não vai mandar o PDDU? Se ele está dando um golpe no PDDU? Porque isso é golpe”, concluiu.
