Carnaval das tretas
E no carnaval que comemorou os 40 da Axé Music, sobrou tretas e tretas entre artistas que criaram e os que sustentam o ritmo baiano. Daniela Mercury deu bronca em Tony Salles que se desculpou educadamente com a rainha. Olodum rebatendo Isaac Edington sobre atraso na saída do bloco, Léo Santana abandona trio após atraso causado por problemas no trio de Daniela Mercury. Kannário também abandona trio por causa da polícia militar sentar a porrada na sua pipoca. Vaias para Cláudia Leitte na abertura do Carnaval. De novo ela, Daniela Mercury da bronca nos operários do seu trio e também na imprensa. Uma verdadeira pipoca dos artistas neste carnaval. O melhor presente da festa foi dado mesmo pela deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), com a aprovação do seu projeto que cria o Dia da Axé Music.
Daniela Mercury vs Cláudia Leitte
Então pode Daniela Mercury soltar os cachorros de forma desproporcional para todos os lados e ninguém fala nada? Cadê aqueles e aquelas que cancelaram Cláudia Leitte? Não existe mais analise racional dos fatos? Um bando de gente tomando as dores dos seus ídolos e divas e apontando o dedo para seus desafetos como quem vê o próprio demônio ali. Com toda admiração que tenho por Ivete Sangalo, ela ajudou a aprofundar uma crise social contra Cláudia Leitte e agora tem o dever moral de desfazer essa besteira. Ou então apontar o dedo para Daniela Mercury e cobrar também. Duvido que Ivete também goste de parar sua apresentação na frente dos camarotes dos políticos para ficar cumprimentando autoridades. Cadê a coragem kanariana para falar?
Passarela do apartheid?
Confesso que até hoje estou horrorizada com o adjetivo dada à passarela do Camarote Glamour. Querem reduzir a trágica história dos negros na África a uma passarela? E quem desabafa através deste texto é uma amiga africana que tomou conhecimento dos fatos e me procurou para comentar o quanto estava horrorizada com essa comparação. A pergunta dela par mim foi bem simples e faz todo sentido. Político no Brasil é quem “faz gestão do serviço público”. Eles dizem que são serviços de qualidade. Então porque todos eles usam serviços privados de escola e saúde? A passarela era para quem estava no camarote. E no camarote não tinha negros? Questionou minha amiga.
Passarela do apartheid?
Ela conta que ama o carnaval de Salvador, mas não tem nenhuma condição de enfrentar a multidão. E que pessoalmente iria se sentir segura poder entrar no camarote através de um caminho que lhe desviasse da muvuca. Pois com certeza no meio da galera ela iria ser levada, cair e pisoteada. Verdade seja dita, minha amiga está certa. Fizeram um escarcéu desnecessário com essa passarela. O fator real do problema da estrutura foi a segurança. E não o fato de proporcionar conforto para negros e brancos que compraram os dias no camarote. Se no camarote só tinha brancos, então o conceito de segregação está correto. Caso contrário, é de uma injustiça social imensa comparar o apartheid a essa passarela.
Bate cabeça da oposição
A pessoa de ACM Neto pouco apareceu neste carnaval. Mas seu nome correu alguns cantos. A conversa agora é que Neto sonda o ex-prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), para formar chapa com ele em 2026 para concorrer ao estado. Hagge já disse que quer ser deputado. Itapetinga tem pouco mais de 68 mil habitantes. Se realmente Neto sonda Hagge, faz sentido o nome de Bruno Reis mais uma vez ganhar força para disputa do governo em 2026. Aliados próximos dos dois acham, inclusive, que Bruno tem mais chances de penetrar nichos que Neto não conseguiu e nem conseguirá entrar.
Saindo de mansinho
Foi percebido e comentado por muitos que presentes estavam ali, a saída de mansinho do vice-governador e coordenador do Carnaval da Bahia, Geraldo Júnior do desfile do tradicional bloco afro Ilê Aiyê. De forma tímida, bem discreta, Geraldinho não ficou nem uma hora no Curuzu. Para os comentaristas de plantão, ele passou despercebido.
Salvador no Guinness
Na boa, qual a novidade que Salvador é o maior carnaval de trio elétrico do mundo? Obviamente a treta entre Bruno Reis e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é até interessante do ponto de vista para agitar as redes sociais. Mas assim como Bruno se diz o melhor prefeito do Brasil, outros tantos gestores nos confins do Brasil também dizem que são. A imprensa diz que o Bahia é um timaço. Mas em campo se iguala ao perfeitamente ao Jacuipense, com todo respeito ao time de Riachão que tem condições de eliminar o “poderoso” Bahia e avança para final do Baianão 2025. São Paulo e Olinda podem falar o que quiserem, mas com Guinness e sem Guinness, o mundo sabe que o carnaval de Salvador é a maior festa de rua com trio elétrico do planeta.
Desumanidade ou insensibilidade?
O caso da menina Ágatha, com apenas 3 anos e com seríssimos problemas de saúde que teve um pedido de ambulância do tipo UTI móvel negado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, chama a nossa atenção pelo seguinte detalhe, ou foi desumanidade ou insensibilidade da pessoa que negou o transporte para paciente. A mãe usa o mesmo documento há 3 anos para solicitar o veículo para levar a criança para suas consultas e só agora perceberam que a guia de solicitação está incorreta? Sabendo do caso grave da criança, porque não liberaram o transporte e orientou a mãe a pedir ao médico da consulta uma nova guia com as informações corretas para o pedido? A criança sofre de asfixia perinatal, quando o bebê fica sem oxigenação no momento do parto. A criança vive acamada e faz uso de ventilação mecânica, procedimento médico que ajuda ou substitui a respiração espontânea do paciente e para ir à consulta precisa ser conduza em uma ambulância do tipo UTI que contem equipamentos adequados para garantia da segurança vital da menina. Ágatha perdeu a consulta que estava marcada para o final de fevereiro. Após denuncia do site Acorda Cidade, a Sesab resolveu a questão. E se não fosse a denuncia da imprensa, o que tria acontecido com Ágatha?
Indireta de Léo Prates?
Me chamou atenção um status postado pelo celular do deputado federal Léo Prates. Na mensagem, ele fala de caráter, gratidão, reciprocidade. Prates apenas acordou com vontade de um dia de coach espiritual ou estava realmente mandando a real para algum traíra? Na política traíra é tipo o passarinho pardal. Tem aos montes e todos os lugares.