O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), atual vice-líder do governo no Senado, está cada vez mais distante do Palácio do Planalto. Em declarações à Coluna Radar, da revista Veja, ele afirmou que pode romper de vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante do que considera um tratamento desigual por parte do governo – sobretudo porque o adversário dele, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), estaria sendo beneficiado com mais verbas. “Me sinto traído”, disparou, na semana passada.
Apesar do posto estratégico que ocupa, o ex-apresentador diz que não consegue sequer ter acesso direto a Lula e enfrenta dificuldades para dialogar com ministros. Para ele, Vanderlan tem sido prestigiado, recebendo mais verbas e até indicando nomes para cargos importantes, como o comando da Codevasf em Goiás, hoje nas mãos de Abelardo Vaz Filho.
Assim que a entrevista foi publicada, ainda segundo a revista, o ex-ministro e senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, mandou uma mensagem a Kajuru: “Seja bem-vindo à oposição”.
Do lado do governo, a tentativa de apaziguar os ânimos ficou por conta de Olavo Noleto, secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (o Conselhão). Ele procurou Kajuru para conversar, mas foi ignorado. O senador avisou que só fala com o próprio Lula.
A crise é alimentada por ruídos entre Kajuru e lideranças petistas, que, segundo o senador, tentam desgastá-lo com o presidente ao acusá-lo de defender Bolsonaro durante o julgamento no STF sobre a tentativa de golpe de Estado. Kajuru diz que não fez defesa ideológica, apenas se posicionou de forma pessoal.
