– Foto Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira (9) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, onde afirmou que o Brasil busca ampliar a cooperação bilateral, com destaque para a área de energia. Segundo Lula, há interesse específico na experiência russa com pequenas usinas nucleares.
“Esta minha visita aqui é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, comerciais, culturais, interesses científico e tecnológico com a Rússia”, declarou o presidente brasileiro. O fluxo comercial entre os dois países, segundo Lula, gira em torno de US$ 12,5 bilhões, e ele reconheceu o desequilíbrio na balança, mas afirmou ver potencial de crescimento. “Nós temos interesse em discutir a área da defesa, espacial, científica e tecnológica, da educação e a área, sobretudo, da questão energética.”
Durante o encontro, foram assinados atos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia. A comitiva brasileira incluiu os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Putin destacou que as relações entre Brasil e Rússia vêm se desenvolvendo por meio de contatos de alto nível e mencionou que o Brasil é um dos principais importadores de produtos alimentares russos. O comércio bilateral envolve importações brasileiras de fertilizantes e óleo diesel, enquanto o país exporta produtos do agronegócio como soja, carne bovina e de aves, café não torrado e tabaco.
A visita de Lula acontece nas comemorações dos 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. O presidente participou do desfile cívico-militar realizado na manhã desta sexta-feira, antes da reunião com Putin. Também está previsto um encontro com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ainda hoje.
Durante a reunião, Lula também comentou o cenário do comércio internacional, citando a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Ele criticou as medidas tarifárias unilaterais adotadas por Washington. “As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, de taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, jogam por terra a grande ideia do livre comércio”, disse.
A agenda internacional do presidente segue neste sábado (10), com viagem para Pequim, onde participará da cúpula entre a China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nos dias 12 e 13 de maio.