O Ursão do Shopping
Conhecido das rodas de influência entre o Litoral Norte e as Asas do Eixo Monumental, um empresário sessentão ganhou um novo apelido nos bastidores: “Ursão”, como carinhosamente chamam no dialeto do glitter aqueles de porte avantajado, barba farta e pegada selvagem. Nas tardes das quartas-feiras, o veterano da articulação política é presença garantida nos corredores refrigerados do Shopping Salvador, especialmente nas imediações do cinema, onde cultiva certo fascínio por juventudes efusivas e cabelos descoloridos. De pipoca em punho e refri GG, circula entre as poltronas como quem busca o enredo ideal para sua próxima produção indie. Fontes dizem que a administração do espaço já percebeu os hábitos repetitivos do nosso “Big Bear”, e que uma movimentação mais barulhenta pode pipocar em breve. Do jeito que o clima anda polarizado, a fauna progressista da Bahia pode não curtir o roteiro alternativo do nosso mamífero muito bem articulado.
Turma do Botox
Não é novidade nenhuma que a política baiana, em especial a soteropolitana, tem um cuidado próprio com a estética. Após o movimento da recomposição capilar, tem marmanjo caprichando no Botox para aparecer bem no vídeo. Não satisfeito, tenta levar alguns colegas para o mesmo caminho. O cuidado é tudo.
Chef Du Amor
Na alta temperatura da gastronomia baiana, um coração anda fervendo mais que panela de barro em moqueca premiada. Uma estrelada chef de tempero apimentado, conhecida por conquistar paladares exigentes, resolveu experimentar um novo prato no cardápio: advogado recém-saído do forno do divórcio. O boy, de toga e tudo, trocou o fórum pelas tardes ensolaradas de Papagente, onde a dupla vem “degustando” longas caminhadas à beira-mar. No início, o amor estava no modo “banho-maria”, por conta de uma ex-esposa temperamental, famosa por seus escândalos dignos de reality de quinta temporada. Mas bastou uma sequência de jantares secretos e taças bem servidas para que a paixão saísse do mise-en-place e ganhasse os salões do romance. Domingo passado, os dois foram vistos trocando mais olhares que garfadas, e quem jantou no restaurante da musa gourmet notou: o sorriso dela estava mais temperado que o prato do dia. Como diria o clássico… Love is in the air, e, pelo visto, no prato também.
Clima de fim de namoro
Todo o fim de um relacionamento deixa aquele clima de desconforto em cada reencontro, por menos traumática que tenha sido a separação. Bruno Reis e PDT já deixaram parceiros que tinham, e cada um seguiu seu rumo. E o reencontro entre prefeito e partido foi mais rápido do que o esperado. Poucas horas após o anúncio do rompimento, o chefe do Executivo soteropolitano retornou a Salvador de um evento em Brasília. Um correligionário também presente no voo contou que o Pivete do Calabar voltou para Salvador lado a lado com o presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Júnior. Alguma conversa para não deixar o fogo da paixão terminar?
O microfone do repórter
Um leitor da coluna que é bem chegado no bafafá e kikiki tomou um susto ao marcar um date com um boy de um aplicativo famoso para quem curte uma pegação. Após sentar na mesa mais reservada de um badalado bar na Saúde no último final de semana, aguardou a chegada do broto, que até então não tinha revelado a identidade. A espera se transformou em surpresa quando o leitor deu de cara com o rapaz, conhecido da comunicação baiana por ostentar virilidade ao vivo. “Eu sei quem você é”, disse o surpreso. Espantado, o boy partiu a mil e nem sequer olhou o cardápio. A coluna guarda o off, é claro.
#Feriadou!
Cansados de quase uma semana de folga das atividades legislativas, os vereadores de Salvador decidiram antecipar o feriado do trabalhador para ter mais tempo para curtir o feriadão. Na rádio corredor, o burburinho é que alguns ficaram com medo de dar “muito na cara” a ausência nas demais sessões na Casa do Povo e decidiram aparecer para mostrar serviço. Já outros, não fizeram questão de esconder o vício de não trabalhar.
Na conta do povo?
As discussões sobre a venda de áreas verdes têm se tornado cada vez mais intensas. Em apoio incondicional a Bruno Reis, tem bajuladores que tem usado todas as armas para defender a venda dessas localidades na capital baiana, inclusive, de sugerir que os próprios moradores adquiram as áreas disponibilizadas em leilão. O posicionamento não tem sido bem aceito e tem gente entortando a boca ao escutar a alternativa. Mas será o Benedito?
O lado escuro da força
Fontes ligadas à NSP apontam que a Operação Skywalker, que mirou uma organização criminosa interestadual envolvida com o tráfico de drogas e o comércio ilegal de armas, apontaram que ainda há muito por vir por aí. Investigadores dizem que somente a ponta do iceberg foi trazida à tona. Mais de 200 policiais civis e forças especializadas de vários lugares do Brasil. Os telefones não pararam de tocar em Brasília, com direito a desespero e corre-corre. Estamos de olho e que a força esteja com a polícia.
Daqui não saio
Léo Prates já bateu o martelo e disse que só sai do PDT se for mandado embora. Diante do desembarque da sigla no governo Jerônimo, o ex-secretário mantém sua fidelidade a ACM Neto e jura que o mesmo se repete com outros nomes fortes do partido, como Ana Paula Matos. As movimentações dessa semana embaralharam de vez a sucessão municipal de Bruno Reis, que garante que tudo está em paz na base. Isso até o próximo racha vir a público.
Ó o Lula indo
De viagem marcada para Rússia e China, o presidente Lula mal organizou o cerimonial e já está tendo que lidar com os inúmeros pedidos para fazer parte da comitiva. Tem gente da terra do dendê que não vê a hora de dar o ok no RSVP para carimbar o passaporte. Tudo isso pra tentar sair na foto ou marcar posição na relação da Bahia com os chineses. Na pauta está a ponte Salvador-Itaparica, que tem seu destino incerto e data para início das obras ainda em pleno mistério.
Altos papos
Chamou atenção o clima descontraído da conversa entre o prefeito Bruno Reis, o senador Angelo Coronel e o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz, durante a posse do segundo mandato de Aberlado da Matta à frente do TRE da Bahia. O bate-papo entre os três aconteceu dias após o senador ter comparado a tentativa do PT de formar uma chapa puro sangue nas eleições de 2026 a uma prática nazista. A declaração não caiu nada bem na base aliada e foi duramente criticada por Jaques Wagner, que é judeu.
Debandada de prefeitos?
Chegou ao conhecimento da NSP a insatisfação de um grupo de prefeitos do União Brasil com a condução do partido na Bahia. Um desses gestores disse que os colegas se sentem desamparados e não veem em ACM Neto uma liderança capaz de desbancar Jerônimo Rodrigues. A cereja do bolo para o descontentamento geral dessas lideranças foi a federação com o Progressistas. Essa mesma fonte estimou que cerca de 20 prefeitos já indicaram que vão sair do partido e em breve anunciar apoio ao petista.
Deu xabu
O combate ao assédio nos meios de transporte sofreu um inesperado revés em Salvador. A Justiça baiana acatou um pedido da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros Sobre Trilhos (ANP-Trilhos) e barrou a criação de um vagão exclusivo para mulheres no metrô da capital baiana sob o argumento de que a prefeitura não teria competência para legislar sobre o assunto e sim o estado, já que o modal atende a dois municípios. Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília já adotaram a medida.
A cor da camisa: “política”
No país do futebol, até a cor da camisa da seleção virou campo de batalha. A polêmica recente sobre o lançamento de uma suposta camisa vermelha da seleção brasileira — que sequer chegou oficialmente às lojas — reacendeu o debate sobre quem tem o direito de vestir a camisa da seleção como símbolo patriótico, elevando-a à categoria de uniforme ideológico: se os verde e amarelo, ou se os vermelhos!! Curiosamente, ninguém até agora se preocupou com o essencial: a ausência de uma regulação clara que impeça o uso da camisa da seleção — seja ela amarela, azul, branca ou vermelha — como instrumento de manifestação político-partidária. Não há, por exemplo, vedação legal que coíba candidatos ou partidos de usarem o uniforme nacional em atos eleitorais, lives ou protestos. A camisa da seleção pertence ao futebol brasileiro. É, ou deveria ser, um símbolo da coletividade, não da polarização. Quando o amarelo vira “cor da direita” e o vermelho é automaticamente vinculado ao PT, algo se perde no caminho: a neutralidade simbólica que deveria unir um país já esgarçado por conflitos ideológicos. O problema, portanto, não é a cor da camisa, mas a falta de uma legislação que proteja os símbolos esportivos da captura ideológica, tal como ocorre com a bandeira nacional ou o brasão da República. Enquanto isso, seguimos assistindo a um BAxVI político em que até o uniforme virou manifesto.
A Última Ceia e o Quinto dos Justos
Nos bastidores celestiais — e nem tão celestiais assim — da política da OAB-BA e do TRT-5, fermenta silenciosamente um vinho mais antigo do que a própria toga: a disputa pelo próximo quinto constitucional. Candidatos — oficiais e oficiosos — percorrem o interior da Bahia como discípulos em missão apostólica. As visitas não são apenas institucionais: há quem leve pão, vinho e promessas. Na mesa da NSP já foram colocados perfis dessas figuras messiânicas, muitas ainda sequer formalizadas, mas com direito a oráculos antecipando a quase totalidade dos 12 bem-aventurados que integrarão a lista da Ordem. A leitura nos bastidores é quase profética: ao final, restarão 6 (seis) discípulos, articulando estratégias em surdina — entre a ceia e a cruz — na esperança de que algum milagre jurídico os leve à glória. Mas, como toda boa parábola baiana, o desfecho pode surpreender até o sumo sacerdote da corte, travestido de Professor de Deus.
Rendezvous de Toga
Dizem que o vento das dunas carrega segredos mais rápidos que a tramitação de embargos auriculares. E para quem apostava que o caso do beach tennis baiano seria peça única no tribunal das vaidades, surgem sussurros de novas partidas fora da pauta. Uma médica das marés e um mestre das areias estariam trocando mais que forehands — há quem jure ter visto até bolinho com velas entre sets e audiências. Coincidência ou jurisprudência afetiva? Mistério. Mas a areia não esquece pegadas, e o mar, às vezes, devolve o que engole. Nos bastidores de toga e protetor solar, a rede não é só do jogo. E, no silêncio dos corredores, há quem diga: o amor, quando sacado na linha do saque, pode surpreender até o juiz de linha.
Me dê
A visita do ministro Alexandre Padilha para agenda de entregas de Saúde na Bahia rendeu vários cortes para as redes sociais. Quem aproveitou muito foi a infectologista Ceuci Nunes, presidente da Bahiafarma, empresa pública que receberá um novo investimento milionário. Ela gostou muito, muito mesmo. A efusividade foi parar na página do próprio ministro. Só faltou contagiar quem estava do ladinho.
