O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (6), em Salvador, que o governo brasileiro aguarda um gesto dos Estados Unidos para avançar nas negociações sobre o chamado “tarifaço”. Segundo ele, o encontro entre o presidente Lula e o norte-americano Donald Trump foi “positivo”, mas o andamento das tratativas dependerá agora das equipes técnicas dos dois países.
“A reunião foi positiva, o entendimento entre os dois presidentes, mas é evidente, as equipes é que vão trabalhar. Então a expectativa é que nos próximos dias tenhamos reuniões das pessoas designadas por parte do Brasil e por parte dos Estados Unidos para se encontrarem e conversar”, declarou o petista.
O ministro destacou que o Brasil não adotou nenhuma medida restritiva contra os EUA e, por isso, espera que a Casa Branca dê o primeiro passo. “Não há o que o Brasil possa retirar da mesa para fazer um acordo. O passo inicial é os Estados Unidos retirarem as medidas adotadas, até porque quem tem déficit em relação aos Estados Unidos é o Brasil e não o inverso”, explicou.
O baiano ainda comparou a relação comercial brasileira com a dos chineses, lembrando que o país asiático é hoje um grande parceiro econômico do Brasil. “Por exemplo, ontem eu estava e o presidente reunido com o primeiro-ministro da China lá em Belém. A China, nós temos superávit. Então quem era pra estar discutindo o eventual equilíbrio conosco era a China. Dizer, opa, o Brasil tem um superávit enorme em relação à China, então eu quero conversar”, disse.
O ministro reforçou que, no caso americano, o Brasil compra mais do que vende, o que torna injustificadas as medidas restritivas de Washington. “Com relação aos Estados Unidos, o Brasil tem déficit, ou seja, o Brasil compra mais do que vende dos Estados Unidos e, portanto, a medida pra gente era o entendimento dos Estados Unidos tirar as medidas que ele adotou contra o Brasil e a gente negociar um novo padrão de relação comercial em que os dois países se sintam contemplados”, completou.