
Política Brasileira: A máquina de moer os pobres
Enquanto o povo paga a conta mais cara de energia, a Câmara dos Deputados aprovou bilhões de reais para os bolsos dos “barões da luz” – dinheiro que sairá, como sempre, da velha carteira dos trabalhadores. Essa é a radiografia de um sistema perverso: de um lado, exigem “austeridade fiscal” e cortes em saúde e educação; do outro, querem acumular salários, auxílios absurdos e aposentadorias que o cidadão comum jamais verá. Enquanto a Previdência Social dos mais pobres é chamada de “rombo”, os mesmos que a estrangulam garantem para si regimes privilegiados de aposentadoria. Enquanto o trabalhador se desdobra em dois ou três empregos para sobreviver, a elite política voa em jatinhos e legisla em causa própria. É um sistema inteiro que opera para manter os de cima no topo e os de baixo sob seus pés. O Brasil não está quebrado; está saqueado. E enquanto o povo se contentar com migalhas de auxílio emergencial, os mesmos de sempre seguirão voando alto – às nossas custas.
São João milionário: o contraste das prefeituras endividadas
Enquanto faltam calçadas e postos de saúde, faltam ônibus escolares e ambulâncias, as prefeituras do interior viram mecenas de festa junina. O mesmo município que declara emergência financeira para enfrentar a seca não pensa duas vezes antes de torrar milhões em arraial – tudo em nome de “movimentar a economia”. Mas alguém vai prestar contas desse circo?
O Ministério Público precisa agir como fiscal de verdade: cobrar não só a planilha de gastos (quantos quilos de milho e metros de bandeirinha foram comprados?), mas principalmente os resultados concretos. Cadê o retorno que justificou esvaziar os cofres públicos? Já conseguimos ver os prefeitos e prefeitas prepararem o discurso de “crise herdada” para bater na porta do governador e deputados, pedindo dinheiro para obras básicas como 500 metros de calçamento e uma praça que de tão grande que é cabe em um terço de um estacionamento de uma secretaria do Estado no CAB.
É a velha lógica do “gastar como rico para governar como pobre”. O povo fica com o cheiro de pipoca queimada e a conta do rombo – enquanto os festeiros oficiais garantem seu lugar nos próximos “festejos junino”.
PT no Congresso: a metamorfose amoral
Eis o triste espetáculo: petistas que um dia gritavam “Fora, Tucanato!” agora, através do seu líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, defende em entrevista para GloboNews, pautas do Congresso que estrangula os trabalhadores. Essa gente que nas eleições falam em colocar comida na mesa do povo é a mesma que envia uma das contas de luz mais cara do mundo na mesa do povo. Que moral resta para Rogério Carvalho que ao invés de denunciar os privilégios, se torna porta-voz de um sistema que tira de quem menos tem? A esquerda que combatia o Centrão com Bolsonaro agora negocia com ele – e o povo, como sempre, paga a conta. A bandeira vermelha está ficando tão desbotada quanto a ética desses novos aliados do poder.
Sindicatos cantam a revolução, mas esquecem o cantor
Que contradição: os mesmos sindicatos que transformam as músicas de Edson Gomes em hinos de luta não se lembram do artista na hora de fechar os contratos. Enquanto usam suas letras para inflamar manifestações, parece que o valor do canto só existe quando é de graça. O cantor baiano, que nunca se prendeu a bandeiras partidárias, agora cobra o que é justo: se sua voz ecoa nos protestos, por que não nos palcos dos eventos sindicais? Afinal, revolução sem valorização do artista é só discurso vazio. Será que a “consciência de classe” desses sindicatos para quando a nota fiscal chega?
O preço justo da promessa de Caetano
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), na campanha, a palavra de ordem era “tarifa zero” – um sonho dourado para a população que sofreu com o descaso de Elinaldo (UB) com o transporte público em algumas localidades. Agora, já no poder, Caetano transformou a tarifa zero em “tarifa justa”. Tradução: o povo vai pagar, sim, e sem direito a reclamação. Inteligente a entrega ser à beira de um longo feriado. Assim a cada ressaca o povo esquece um pouco. Será? Prometeu lebre e entregou gato. Tudo voltando ao normal na política de Camaçari?
A política volúvel de Cesar Grandão
Parece que o vereador Cesar Grandão (AVANTE) ainda está em sua fase “poliamorosa”. Depois de abandonar João Leão (PP) para seguir Moema Gramacho (PT), agora solta a mão da petista para apoiar sua principal rival, a prefeita Débora Regis (UB). Estratégia ou desespero? Tudo bem procurar o abraço mais quentinho para atender demandas da sua base. Enquanto isso, Moema deve estar pesando: “Fui só um lance passageiro?” Na política de Lauro, como no amor, o coração (e os interesses) são volúveis.
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