Publicado em 04/11/2025, às 16h09 – Atualizado às 16h10 Carolina Papa e Daniel Serrano
O presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), o vereador Carlos Muniz (PSDB), detalhou, nesta terça-feira (4), como acontecerá a análise dos projetos enviados pela Prefeitura de Salvador.
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Em entrevista, o vereador tucano revelou que o Executivo não encaminhou novos projetos e espera que as propostas sejam enviadas “em tempo hábil” para que a CMS avalie ainda este ano, já que as atividades da Câmara se encerram no dia 17 de dezembro.
“Na verdade, o Executivo não mandou projeto nenhum. Espero que mande o projeto em tempo hábil para que nós possamos votar, porque os trabalhos encerram este ano no dia 17 de dezembro. Então, se tiver tempo hábil para que passe nas comissões, poderemos votar ainda esse ano. Espero que seja o mais rápido possível”, disse Muniz.
O presidente da CMS ainda rebate críticas feitas pela oposição, em especial a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), de que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) estaria pressionando o Legislativo a aprovar as propostas enviadas pelo Executivo.
“Se nós fizéssemos como é feito na Assembleia [Legislativa da Bahia, ALBA], que o projeto chega de um dia votado no outro, eu até aceitaria essa crítica. Mas aqui não. Aqui tem projetos que passam 60 dias. Se esses projetos, os vereadores não têm conhecimento, é porque eles não querem estudar”, disse.
“Então, essa crítica para mim é infundada. Eu acho que se você, em 60 dias, não puder estudar um projeto, é algo inexplicável. Agora, se ela não consegue vencer num voto, a culpa não é minha. Eu acho que ela pode ficar zangada por não ter voto suficiente para derrubar o projeto. Aí ela tem que pedir o voto pessoalmente a cada um dos vereadores para que isso aconteça. A culpa não é minha”, emendou.
Carlos Muniz disse que os projetos que tramitam na casa passam por todas as comissões antes de ir para o Plenário da CMS, processo que dura, segundo o vereador, em média 60 dias, em tramitação.
“Agora, o projeto está passando por todas as comissões. Nunca houve isso aqui. Todas as comissões e ainda as comissões temáticas. Se eu quisesse, só passaria pela comissão de Constituição e Justiça, eu não faço isso. Antes, o projeto chegava aqui, em três ou quatro dias estavam votados. Os projetos estão passando, em média, 60 dias.
“O Executivo não se envolve em nada disso, porque nunca me pressionou para que votasse no projeto. Se fizesse isso, eu não aceitaria, porque eu não aceito interferência nenhuma, nem do Executivo, nem de ninguém aqui na casa.
Troca de farpas do prefeito com a oposição
No último dia 23, Bruno Reis criticou a declaração da oposição sobre a suposta pressão para que o Legislativo aprove os projetos enviados pelo Executivo.
“Passei seis meses sem mandar projeto. Quando retornou o segundo semestre, enviei um conjunto de projetos, todos tramitando pelas comissões e com audiências públicas. Nenhum foi aprovado em regime de urgência, diferente do que acontece lá no CAB. Então, a oposição na Câmara Municipal precisa olhar para o rabo para depois poder falar”, declarou o prefeito, à época.
Em seguida, a líder da oposição, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), lamentou as palavras usadas pelo prefeito para rebater as críticas feitas pelos oposicionistas.
“É lamentável que um prefeito use termos tão chulos para se referir à fala de vereadores, ou de qualquer outra pessoa. É incompatível com o cargo que ele ocupa e as pessoas que ocupam cargos precisam ser referência de comportamento, de atitude”, disse.