Por Redação- Foto Reprodução PCRJ
Carne era “maquiada” para parecer própria para consumo e revendida também para outros estados
A Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um dos frigoríficos que comprava carne imprópria para consumo de uma empresa fluminense investigada por “maquiar” o alimento contaminado enquanto estava submerso durante as enchentes do Rio Grande do Sul, em maio de 2024. Peças tinham etiquetas que confirmavam o local.
Essa carne, que deveria ter sido descartada, passava por uma transformação para parecer própria para consumo, esconder o aspecto de apodrecimento e depois ser vendida em diversos estados brasileiros, incluindo Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Segundo investigações da PC, os sócios da empresa compraram aproximadamente 800 toneladas de carne bovina que estavam embaixo d’água, durante as enchentes em Porto Alegre-RS, por cerca de R$0,97, o quilo. Em seguida, a carne era tratada para esconder os sinais de deterioração, como a cor e o cheiro.
Ao finalizar a “maquiagem”, a carne contaminada era vendida para empresas em diferentes estados, que também a revendiam para mercados e atacadistas, como um atacadista de carnes de Contagem-MG que comprou 15 toneladas do alimento estragado.
Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) durante uma operação da Polícia Civil do Rio, em conjunto com a Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul, que cumpria oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados em Três Rios, município na Região Centro-Sul Fluminense.
“Aquela deterioração provocada pela lama, pela água, que ficaram acumuladas no frigorífico e em toda cidade da capital gaúcha, deixou alguns efeitos deletérios. Esses efeitos foram retirados, como eu disse, maquiados, para fazer a revenda”, afirmou o delegado Wellington Pereira Vieira.
A empresa acusada obteve um lucro de 1000% com a venda da carne contaminada. Segundo a empresa que adquiriu e revendeu as carnes das enchentes a intenção da compra era para fabricação de ração animal.