Educação sim, mas…
Parabenizamos os prefeitos que, comovidos com a importância dos professores, fazem questão de repetir que “só a educação transforma uma sociedade”. Pena que, na hora de pagar o piso salarial dos professores, a inspiração some, o orçamento evapora e o compromisso vira discurso reciclado.
Educação sim, mas… II
É curioso como esses mesmos gestores, tão “preocupados” com as finanças públicas, não demonstram qualquer hesitação na hora de aprovar o reajuste dos próprios salários. Nesse caso, os números batem certinho, e os vereadores — comprometidos com o bem comum — levantam as mãos com tanta rapidez que parecem disputar quem vota primeiro.
Educação sim, mas… III
Para garantir o aumento de seus próprios vencimentos, não faltam cálculos, sessões extraordinárias, nem justificativas. Mas para pagar dignamente quem ensina as crianças que eles exibem nas campanhas, aí sempre falta “responsabilidade fiscal”. A educação é prioridade. Mas só no discurso. No contracheque do professor, é detalhe.
Certas amizades não se escolhem, mas convenientemente se ignora
Em um belo exemplo de “não vi, não soube”, políticos continuam sua tradição de cultivar amizades tão suspeitas. São compadres de festas, padrinhos de casamento e coincidentemente sócios de empresas – mas, claro, sempre em off. Quando a PF bate na porta, a defesa é pronta: “Jamais compactuei! Era apenas um colega de churrasco!”. E assim, entre cafés da manhã com investigados e fotos com condenados, a velha máxima se confirma: diga-me com quem andas… e eu vou fingir que não vi.
O Brasil segue firme… nas mãos erradas
Enquanto o Brasil ainda tenta descobrir onde arquivou o Plano Nacional de Segurança Pública, as facções criminosas já expandiram seus “negócios” para praticamente todos os estados do país — com direito a logística integrada, hierarquia clara, metas cumpridas e até política de expansão territorial. Chamam isso de crime organizado, mas perto da gestão pública brasileira, parece até uma multinacional de sucesso.
O Brasil segue firme… nas mãos erradas II
Governadores trocam figurinhas sobre quem perdeu mais território para o tráfico, prefeitos terceirizam o controle de bairros inteiros, e Brasília assiste de camarote — afinal, tudo sob controle… só que deles. O Brasil é hoje um lugar onde quem quebra o Estado é desorganizado, mas o crime é organizado. E seguimos, com a desordem pública tentando competir com a eficiência do crime — e perdendo feio.
“Feliz” dia do trabalhador(a)

Feliz Dia do Trabalhador(a)! Aqui no Brasil, a gente comemora do jeito tradicional: trabalhando demais, ganhando de menos e lutando pra não perder o pouco que já conquistou. Viva o esforço, já que os direitos foram demitidos. Salário mínimo, jornada máxima, e respeito opcional. Quem reclama é ‘ingrato’, quem adoece é ‘fraco’, e quem pede direitos é ‘comunista’. Mas tá tudo certo — desde que o lucro continue sorrindo.
Galo homenageia árvore enquanto Bahia arde
Em um ato de prioridades cristalinas, o deputado Marcelino Galo (PT) usou a tribuna da ALBA nesta semana não para falar da seca que transforma o interior baiano em um cenário bíblico, nem da violência que faz Salvador parecer um episódio de The Walking Dead – mas para celebrar o plantio de uma muda de pau-brasil em homenagem ao Papa Francisco.
Bonfim cobra oposição, mas esquece que governistas também faltam

Em um ato de notável coerência, o deputado Victor Bonfim (PV) decidiu cobrar da oposição o que sua própria bancada não faz: presença no plenário. O alvo da cobrança foi o líder da oposição, deputado Tiago Correia (PSD), a quem Bonfim pediu “apoio” para aprovar o PL que proporciona melhoria nas carreiras das forças de segurança da Bahia. A resposta foi uma cobrança elegante: Correia lembrou que, se o governo quisesse mesmo aprovar a matéria, bastaria garantir quórum da base aliada. No fim, o projeto que reajusta salário das categorias foi aprovado.
Sósthenes Macedo o GESTOR
Enquanto a Bahia vive o paradoxo de entre água e seca, uma figura se destaca no cenário do caos climático: Sósthenes Macedo, diretor-geral da Defesa Civil de Salvador. Com uma atuação que mistura Pestinaria, Planejamento e Presença, Macedo tem sido o rosto visível da resposta aos pontos críticos da capital baiana nos dias de chuva forte – aparecendo onde a água sobe, onde o barranco cede e, principalmente, onde a população mais precisa. Não é fácil gerenciar deslizamentos em uma cidade construída em morros, alagamentos em vias que viram rios e uma população que, historicamente, aprendeu a desconfiar de promessas vazias. Mas Macedo parece ter entendido o recado: Defesa Civil não é só nome de órgão, é verbo. Enquanto ele e sua equipe monitoram encostas, emitem alertas e correm para as áreas de risco, a pergunta que fica é: Cadê a Defesa Civil do Estado?
