São Paulo — A estudante Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, encontrada morta nessa quinta (17/4) nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo, será velada e sepultada na manhã deste sábado (19/4).
O velório está marcado para iniciar às 8h no Cemitério Vila Carmosina, mesmo local onde a jovem será sepultada, às 9h.
Desaparecimento de Bruna
- Bruna desapareceu no trajeto da casa do namorado, no Butantã, zona oeste de São Paulo, até a casa onde mora com os pais, em Itaquera, na zona leste.
- No terminal da estação Itaquera, ela precisou carregar o celular em uma banca de jornal. Nesse momento, chegou a mandar uma mensagem para o namorado pedindo dinheiro para voltar para casa por carro de aplicativo, porque já estava tarde.
- Ele chegou a transferir o valor, mas o celular da estudante descarregou e não foi mais possível ter contato com ela.
- Conforme Karina Amorim, amiga da vítima, a última vez que ela acessou o WhatsApp foi às 22h21 do domingo.
- A família de Bruna entrou em contato com a plataforma de carros de aplicativo, que informou que a jovem não chegou a solicitar uma corrida naquela noite.
Bruna foi vista pela última vez em um terminal de ônibus da estação de metrô Itaquera, na noite de domingo (13/4). Ela ficou quatro dias desaparecida até ser encontrada no estacionamento, nua e com marcas de agressão “com algum objeto cortante”, indicando possibilidade de violência sexual.
A informação foi confirmada ao Metrópoles pela tatuadora Karina Amorim, de 29 anos, amiga da mestranda da Universidade de São Paulo (USP).
O celular da jovem não foi encontrado. Também não foi possível localizar o aparelho através de rastreamento enquanto ela estava desaparecida.
“Só conseguiriam rastrear se ligassem o aparelho novamente, por isso a gente desconfia que não tenha sido assalto. [Provavelmente era] alguém só se livrando de provas do abuso”, disse Karina.
Karina acredita que a amiga possa ter desistido de esperar por um carro devido ao tempo de espera. “Acredito que ela tenha tentado ir andando e, infelizmente, encontrou alguém no caminho que acabou com a vida dela”, afirmou a tatuadora.
Ela destacou que a estudante provavelmente se sentiu segura para ir andando para casa, a 20 minutos de distância do terminal. Apesar disso, a região é bastante perigosa, conforme Karina. “As pessoas que moram ali não estão se sentindo seguras e ninguém faz nada”, disse.
Investigação
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil investiga o desaparecimento da jovem em conjunto com o 24º Distrito Policial (DP), da Ponte Rasa, onde a ocorrência foi registrada como morte suspeita. Ainda não há informações sobre identificação de suspeitos.
Causa da morte
Ainda não é possível saber em que momento Bruna foi morta, considerando os quatro dias em que esteve desaparecida.
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Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), com prazo de 30 dias para conclusão, deve apontar a causa e o momento da morte da estudante.
Quem era Bruna Oliveira da Silva
Com a voz embargada, Karina falou ao Metrópoles sobre a amiga, que conhecia há quase 12 anos. “A Bruna era uma pessoa muito boa, sabe? Ninguém nunca ia querer fazer mal pra ela”, destacou.

Bruna e Karina, amigas há quase 12 anos
Acervo pessoal
Filho de 7 anos de Bruna, encontrada morta em estacionamento da zona leste de São Paulo, ainda não sabe da morte da mãe
Reprodução
Bruna deixa um filho de sete anos
Reprodução/Instagram
Ela era formada em turismo
Reprodução/Instagram
Jovem de 28 anos fazia mestrado na USP
Reprodução/Instagram
Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento
Reprodução/Instagram
Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta em um estacionamento, na zona leste de SP
Reprodução/Facebook
A estudante se formou em turismo pela USP e começou um mestrado em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP). Ela deixou um filho de sete anos, que ainda não sabe da morte da mãe.
“Ele só tem sete anos e ele não tem muita noção ainda do que está acontecendo, dos próprios sentimentos dele. E era como se a Bruna traduzisse o que ele sentia pro mundo, porque ela conseguia entender tudo que ele estava passando, que ele estava sentindo. Ela era uma mãe incrível”, afirmou Karina.
Nota de pesar da USP
A EACH/USP divulgou uma nota de pesar após o falecimento da estudante em seu perfil oficial no Instagram.
“A Bruna cursou na graduação o curso de Lazer e Turismo e atualmente estava no programa de pós-graduação em Mudança Social e Participação Política. A Direção envia o sentimentos aos familiares e amigos”, diz a nota assinada pelos professores Ricardo Uvinha e Fabiana Evangelista.