“Brasil caminha para ingovernabilidade”, afirma ex-ministro de Dilma, Eduardo Cardoso
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo criticou nesta sexta-feira (14), o modelo de parlamentarismo exercido no Brasil defendeu que o país segue para uma ingovernabilidade e que, do jeito que está, ninguém consegue comandar o país.
“Cada vez mais eu me convenço que o Brasil caminha para uma ingovernabilidade. Você pode colocar um bom comunicador [no governo], um mau comunicador, estando a política do jeito que está colocada, com a atuação do Congresso e relação dos Três Poderes, totalmente desajustada… O sistema político atual do Brasil me lembra um parlamentarismo onde não há ônus, só o bônus. É uma situação muito esquisita no Brasil”, afirmou Cardoso.
A declaração foi dada em entrevista ao UOL, que avaliava a piora dos números de avaliação do governo Lula. 41% considera o governo ruim ou péssimo, de acordo com dados apurados pelo Ipec. Em dezembro, eram 34%. Ótimo ou bom são 27%. Três meses antes eram 34%.
Cardozo que foi ministro da Justiça no governo DIlma, fez um paralelo com a relação que teria com a falta de governabilidade.
“Então, eu posso apontar certas falhas do governo, da comunicação ou do presidente, mas será que o problema não está mais profundamente colocado? Eu não sei quem seria o presidente que teria o dom de sair do cargo bem avaliado, num processo dessa natureza”, comentou.
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“Nós tivemos ali um processo em que Dilma Rousseff se reelege, já numa margem bem estreita em relação a Aécio, teve o impeachment. Depois disso, nós tivemos Michel Temer, que saiu muito mal avaliado. Na sequência, Jair Bolsonaro, que saiu com um discurso sobre a nova política e se curva ao centrão, porque, senão, perderia o cargo, né?”, questiona o ex-ministro que afirmou não vê outro presidente administrar o Brasil com o parlamentarismo atual.
“E agora, o Lula que tem dificuldades, mesmo com todo o seu talento e carisma. Eu não sei se alguém governa esse país do jeito que ele está. Se nós, enquanto cidadãos, não percebermos isso e começarmos a pensar numa reforma desse nosso sistema político, sempre será um problema”, afirmou Cardoso.
