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Livro sobre a trajetória de J. Cunha, criador do visual do Ilê Aiyê, está disponível na Biblioteca

J. Cunha e o Carnaval Negro mergulha na arte como ferramenta de resistência cultural e política, celebrando as ancestralidades africanas, indígenas e nordestina, o livro é um registro indispensável da memória e da luta afro-brasileira.

Nascido em Salvador no ano de 1948, J. Cunha é artista plástico, designer gráfico, cenógrafo e figurinista. Iniciou seus estudos ao ingressar nos cursos livres da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Seus trabalhos manifestam a riqueza da descendência indígena, africana e nordestina, servindo não apenas como uma expressão estética, mas também resistência.

À FPC, o artista plástico J. Cunha comenta sobre o livro e a iniciativa de disponibilizar gratuitamente para o público

Quais foram suas principais inspirações ao longo de sua carreira no carnaval?*

Não tem inspiração! O trabalho do carnaval são consequências das necessidades do que vai ser apresentado ali, do que vai ser dito para um público. Isso não é um ato romântico. É tudo muito prático e muito necessário, muitas vezes temos que improvisar!

Como você descreveria a evolução da identidade visual no carnaval ao longo dos anos?

Se tratando do carnaval negro, é uma resistência e uma continuidade de trabalhos associados à tecnologia da época. A busca de identidade de dizer “eu estou aqui”.

Como a sua origem e experiências pessoais se refletem em seus trabalhos?

A origem é importante se você estudar ela de forma sociológica, antropológica, ainda mais no Brasil que é fragmentado por parte dos descendentes de negros, dos indígenas.  O meu trabalho sempre buscou fazer linguagem através desse conhecimento. Quem eu sou? Onde fui criado? A minha ancestralidade? Essas perguntas filosóficas sempre me acompanharam para poder trabalhar como artista, produzindo essa linguagem, e por isso ela é reconhecida.

Como você enxerga a relação entre a identidade visual e o carnaval negro?

A identidade visual são buscas, são procuras, ajustes, entendimentos, ora facilitados pelo conteúdo, ora dificultado por falta de registros. Essa identidade visual no carnaval negro é tudo o que você pode pensar ao continente africano imenso, e que nós não temos conhecimento nem de um terço da condição cultural que tem naquele imenso continente.

Hoje, por conta das tecnologias temos mais acesso, mas antigamente nem em livros chegavam. A questão negra e indígena sempre foi colocada à margem. E fazer o carnaval negro, é pensando no negro brasileiro, sua diáspora e na África como continente.

O que você espera transmitir por meio de suas obras para as novas gerações de artistas e amantes do carnaval?

Eu faço como trajetória, como um caminho a ser percorrido, como uma história que está a sua frente e tem que percorrê-la. As minhas obras estão postas na estrada. Quer seja sobre o carnaval, ou não. A estrada é que vale. As novas gerações têm que se empenhar em descobrir através dos artistas que contribuíram para isso, o caminho do entendimento, das harmonias, da admiração pelo artista que trabalhou e se empenha nisso.

Fale-nos sobre a importância desse livro ser disponibilizado para o público?

Eu e a equipe envolvida na produção do livro tivemos a intenção de torna-lo indispensável para a memória e estudo das lutas afro-brasileiras. Dentro do tempo em que estamos, em 2025, o livro é necessário! Tenho argumentos e material durante esses 25 anos que trabalhei para o Bloco Afro Ilê Aiyê, onde transformei muitas imagens gráficas em mensagens.

Um verdadeiro outdoor demonstrativo do que se pensa da Diáspora Negra no Brasil com relação ao conteúdo africano eterno, milenar, uma coisa mais antiga que a nossa  percepção!

O planejamento do livro, todo o programa associado à Fundação Palmares, ao Minc, com ajuda da UFRB e a curadoria do Danilo Barata e toda equipe de um livro desse, que é bilíngue, é uma resposta social para a questão negra. Não temos uma biblioteca nacional dirigida para os negros. Essas coisas vão se encaixando dentro dessa diáspora fragmentada que nós temos e vivenciamos.

O livro é gratuito, espero que seja reproduzido por muitos anos e meu desejo é que ele possa chegar a todas as instituições, escolas e contribuir para a preservação dessa história. 

Livro sobre a trajetória de J. Cunha, criador do visual do Ilê Aiyê, está disponível na Biblioteca Virtual Consuelo Pondé

“Um verdadeiro outdoor demonstrativo do que se pensa da Diáspora Negra no Brasil, com relação ao conteúdo africano, que é eterno, milenar, uma coisa mais antiga que a nossa percepção”, comenta o artista plástico J. Cunha ao falar sobre os 25 anos de trabalho dentro do Bloco Afro Ilê Aiyê, trajetória documentada no livro J. Cunha e o Carnaval Negro.(ACESSE O EBOOK)

A obra, que é um compilado dessa trajetória, e muito mais, pode ser conferida na Biblioteca Virtual Consuelo Pondé, vinculada à Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBa), a partir desta terça-feira (25). No livro, que é fruto de uma iniciativa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com a Fundação Palmares, desenvolvida em parceria com o curador Danilo Barata, o artista apresenta a sua contribuição no visual do primeiro bloco afro do Brasil no carnaval da Bahia. .

J. Cunha e o Carnaval Negro mergulha na arte como ferramenta de resistência cultural e política, celebrando as ancestralidades africanas, indígenas e nordestina, o livro é um registro indispensável da memória e da luta afro-brasileira.

Nascido em Salvador no ano de 1948, J. Cunha é artista plástico, designer gráfico, cenógrafo e figurinista. Iniciou seus estudos ao ingressar nos cursos livres da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Seus trabalhos manifestam a riqueza da descendência indígena, africana e nordestina, servindo não apenas como uma expressão estética, mas também resistência.

À FPC, o artista plástico J. Cunha comenta sobre o livro e a iniciativa de disponibilizar gratuitamente para o público

Quais foram suas principais inspirações ao longo de sua carreira no carnaval?*

Não tem inspiração! O trabalho do carnaval são consequências das necessidades do que vai ser apresentado ali, do que vai ser dito para um público. Isso não é um ato romântico. É tudo muito prático e muito necessário, muitas vezes temos que improvisar!

Como você descreveria a evolução da identidade visual no carnaval ao longo dos anos?

Se tratando do carnaval negro, é uma resistência e uma continuidade de trabalhos associados à tecnologia da época. A busca de identidade de dizer “eu estou aqui”.

Como a sua origem e experiências pessoais se refletem em seus trabalhos?

A origem é importante se você estudar ela de forma sociológica, antropológica, ainda mais no Brasil que é fragmentado por parte dos descendentes de negros, dos indígenas.  O meu trabalho sempre buscou fazer linguagem através desse conhecimento. Quem eu sou? Onde fui criado? A minha ancestralidade? Essas perguntas filosóficas sempre me acompanharam para poder trabalhar como artista, produzindo essa linguagem, e por isso ela é reconhecida.

Como você enxerga a relação entre a identidade visual e o carnaval negro?

A identidade visual são buscas, são procuras, ajustes, entendimentos, ora facilitados pelo conteúdo, ora dificultado por falta de registros. Essa identidade visual no carnaval negro é tudo o que você pode pensar ao continente africano imenso, e que nós não temos conhecimento nem de um terço da condição cultural que tem naquele imenso continente.

Hoje, por conta das tecnologias temos mais acesso, mas antigamente nem em livros chegavam. A questão negra e indígena sempre foi colocada à margem. E fazer o carnaval negro, é pensando no negro brasileiro, sua diáspora e na África como continente.

O que você espera transmitir por meio de suas obras para as novas gerações de artistas e amantes do carnaval?

Eu faço como trajetória, como um caminho a ser percorrido, como uma história que está a sua frente e tem que percorrê-la. As minhas obras estão postas na estrada. Quer seja sobre o carnaval, ou não. A estrada é que vale. As novas gerações têm que se empenhar em descobrir através dos artistas que contribuíram para isso, o caminho do entendimento, das harmonias, da admiração pelo artista que trabalhou e se empenha nisso.

Fale-nos sobre a importância desse livro ser disponibilizado para o público?

Eu e a equipe envolvida na produção do livro tivemos a intenção de torna-lo indispensável para a memória e estudo das lutas afro-brasileiras. Dentro do tempo em que estamos, em 2025, o livro é necessário! Tenho argumentos e material durante esses 25 anos que trabalhei para o Bloco Afro Ilê Aiyê, onde transformei muitas imagens gráficas em mensagens.

Um verdadeiro outdoor demonstrativo do que se pensa da Diáspora Negra no Brasil com relação ao conteúdo africano eterno, milenar, uma coisa mais antiga que a nossa  percepção!

O planejamento do livro, todo o programa associado à Fundação Palmares, ao Minc, com ajuda da UFRB e a curadoria do Danilo Barata e toda equipe de um livro desse, que é bilíngue, é uma resposta social para a questão negra. Não temos uma biblioteca nacional dirigida para os negros. Essas coisas vão se encaixando dentro dessa diáspora fragmentada que nós temos e vivenciamos.

O livro é gratuito, espero que seja reproduzido por muitos anos e meu desejo é que ele possa chegar a todas as instituições, escolas e contribuir para a preservação dessa história. 

Fonte: Ascom/FPC

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