
Desliguem o ar-condicionado da SEC

Alunos do Colégio Estadual Lomanto Junior, localizado no bairro de Itapuã, em Salvador, continuam suas romarias sufocantes em salas abafadas, sem um único ventilador. Em plena reforma, adolescentes que permanecem na escola das 7h às 15h – são submetidos a poeira, barulho e um calor insuportável. A situação chegou a um limite insustentável: com uma onda de mal-estar entre alunos, professores e funcionários. A própria direção da escola, ignorada pela Secretaria de Educação do Estado, se viu obrigada a acionar o Colegiado formado por professores e pais de alunos, para redigir um documento assinado para liberar os alunos ao meio-dia, por falta absoluta de condições mínimas de conforto básico. A resposta do poder público? A visita de um “engravatado”, que foi recebida com cartazes de protesto e não surtiu efeito. Será que o bem vestido levou a manifestação com mágoas para o coração? Pois as salas de aula continuam, até hoje, sem um sopro de ar.
O circo armou, e a plateia está na expectativa
O ex-presidente da ALBA, Marcelo Nilo provocou e recebeu uma pedrada da vereadora Marília Zotareli que já avisou que não tem teto de vidro e tá pronta para batalha. Marília em resposta a Nilo prometeu revelações bombásticas sobre o ex-deputado citando um suposto dossiê de Félix Mendonça contra Marcelo Nilo. Enquanto isso, na arquibancada, a Confraria do Notícias da Bahia já está com a pipoca na mão, aguardando a reação de Nilo. Que o espetáculo — ou a troca de farpas — comecem.
Educação: a conta que não fecha
Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, o ex-ministro Cristovam Buarque apontou a estagnação da educação de base como o grande nó do subdesenvolvimento nacional. Cristovam lembrou dos avanços que os governos Lulas promoveram com o acesso a escola. Mas segundo ele, a negligência histórica dos sucessivos governos com o ensino básico e fundamental compromete não apenas a formação das novas gerações, mas também a renda média da população e a capacidade de inovação tecnológica do país. Enquanto o Pacto pela Educação permanecer no campo das promessas, o Brasil seguirá patinando em suas crises estruturais e sociais. O resultado? Parafraseando Victor Pinto: “A conferir”.
A Justiça no labirinto da Fé

O STF demonstra novamente que suas decisões em temas de saúde pública são reféns da fé alheia e não científicas. O voto surpresa de um ministro, que causou certa estranheza para uns, escancara as negociações nos bastidores e a falta de transparência que cerca o julgamento tão relevante para o interesse público. O que deveria ser uma análise técnica, baseada em evidências científicas e no direito à saúde, transforma-se em um campo de batalha de crenças. Juristas conservadores na composição do tribunal, ameaça a laicidade do Estado já quase que inexistente e ignora a realidade de milhares de mulheres, especialmente as mais vulneráveis. Enquanto a Corte se divide entre crenças e a Constituição, as mulheres agonizam e muitas morrem no caminho, para saber se o direito à autonomia sobre o próprio corpo será, finalmente, garantido.
Tradição que resiste: O Cravinho está salvo!
Após cumprir todas as exigências do MAPA e investir em laudos técnicos independentes da UFBA, o histórico Bar O Cravinho reafirma sua excelência. Sua icônica bebida, símbolo da cultura soteropolitana, teve qualidade e segurança atestadas por ciência e rigor. Enquanto aguarda a autorização final, o estabelecimento demonstra responsabilidade ao manter-se temporariamente fechado – prova de respeito à sua própria história e aos frequentadores. Um verdadeiro patrimônio do Centro Histórico, o Cravinho segue, como sempre, como um néctar dos deuses. E Salvador agradece.
A “mágica” do mérito no Brasil
Enquanto cidadãos comuns não se esforçam o suficiente para deixar de enfrentar ônibus lotados e serviços públicos precários, alguns políticos parecem dominar uma alquimia peculiar: transformar cargos públicos em patrimônios milionários. A mais recente investigação da PF revela a cartilha do “sucesso” rápido: contratos com prefeituras, postos de combustível que abastecem os cofres particulares e um crescimento patrimonial que faria qualquer trabalhador suar de inveja – ou de indignação. Em pouco mais de uma década, um pequeno patrimônio multiplicado por catorze, se transforma em um império, às custas do erário. Enquanto isso, o povo é aconselhado a acreditar na meritocracia. Uma ironia amarga sobre rodas, enquanto o país pergunta: que tipo de esforço recompensa tão bem?
A coincidência que ninguém comenta
É curioso como alguns parlamentares descobrem supostos “excessos” do STF exatamente quando suas próprias contas, aliados e métodos começam a ser questionados e comprovados ilicitudes pela Polícia Federal. A mesma mão que vota para “limitar os poderes” da Corte é a que corre para se blindar contra investigações. Que surpresa! Não se trata de defender a Constituição, mas de garantir que o tapete sob os próprios deslizes não seja puxado. Enquanto isso, o povo assiste à peça: o medo do Judiciário parece inversamente proporcional ao amor pela impunidade. E a pergunta que fica: será o STF realmente um problema? Ou problema é a “união” da política com o crime organizado no Brasil?
O Preço do Cafezinho

Enquanto o governo brasileiro colhe os frutos de um diálogo maduro com os EUA – a ponto de articular uma agenda entre Lula e Trump sobre temas estratégicos, do outro lado do corredor, em alguma salinha anônima da Casa Branca, um espetáculo triste se desenrolava. Eduardo Bolsonaro, que um dia sonhou alto e errou o endereço, foi diplomaticamente escorraçado. Cada vez mais o clã Bolsonaro colhe o amargo fruto do isolamento. E o Brasil, perplexo, se pergunta: como um debiloide que se dizia “aliado irmão” do poder norte-americano termina sua jornada sendo chutado para fora do playground?
Doutorado para quem fica
A Justiça cortou o cordão umbilical do erário que bancaria os doutorados da secretária da Fazenda e da vice-prefeita de Salvador – e eis que surgem os defensores do financiamento. Não, caros críticos, ninguém é contra qualificar gestores. A questão é simples: por que privilegiar quem ganha tão bem como escala acadêmica, enquanto servidores de carreira, que não ganham tão bem assim – aqueles que efetivamente constroem a cidade, seguem sem acesso a tais benesses? Apoiamos formação com dinheiro público, sim. Mas para quem ficará aqui, aplicando o saber adquirido em benefício de quem pagou a conta. É o básico senso de justiça e planejamento.
A cegueira seletiva da “ordem”
Enquanto o vereador de São Paulo, Rubinho Nunes (UB) e sua CPI dos Pancadões se dedicam a criminalizar os bailes da periferia, o funkeiro Salvador da Rima lembrou com a delicadeza de um tapa de luva – onde o crime organizado de fato cresce e se estrutura: nas entranhas dos presídios sob a tutela do próprio Estado. É curioso como alguns políticos insistem em apontar a quebrada como origem de todos os males, enquanto as drogas circulam livremente nos condomínios de luxo, sem incomodar a “ordem pública”. Será que o problema não é o som alto, mas o incômodo de lembrar que a corrupção e a negligência estatal têm endereço nobre, e não é na laje do funkeiro? Que conveniente essa miopia que enxerga o crime apenas onde há chinelo e chinelo, e não onde há colarinho branco e carro blindado. A periferia responde, mas parece que a Casa Branca não está preparada para ouvir.
A Confraria do Notícias da Bahia busca através da Coluna etc&tal trazer reflexões sobre temas e acontecimentos importantes para nossa sociedade. A fofoca política nos interessa mas não é nosso principal objetivo.