Os golpes envolvendo falsos advogados têm acontecido com frequência. Recentemente, uma professora com câncer perdeu R$ 15 mil após ser abordada por bandidos. O ator e influenciador, David Brazil, também foi vítima e perdeu quase R$ 40 mil, após entrar com um processo contra uma companhia depois de ter um voo cancelado no momento em que iria cumprir um compromisso de trabalho.
Diante de tantos casos, o BNews conversou com o advogado Eduardo Gasiglia, presidente da Comissão de Direito do Consumidor do Rio de Janeiro (ABA/RJ), para entender melhor como funciona o esquema e o que fazer para evitar cair nesse golpe.
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De acordo com Gasiglia, o golpe do falso advogado é feito por fraudadores que pegam informações nos processos judiciais dos clientes.
“No processo judicial tem qualificação completa da pessoa (nome completo, CPF…). Esses fraudadores entram nesses processos, pegam os dados e abordam essa pessoa com uma foto de algum advogado da vítima que pode ser facilmente encontrada nas redes sociais. Os criminosos pegam partes do processo, salvam a petição inicial, a sentença e abordam os clientes, colocando a foto do advogado e mandando uma petição inicial, um documento, porque o processo é público, a grande maioria dos processos são públicos”, afirmou.
Os fraudadores comunicam que a sentença foi positiva e que a pessoa tem direito de receber um valor de indenização, com o envio de links ou informações de que o valor foi liberado, mediante pagamento. Após a transferência, os bandidos apagam todas as mensagens e bloqueiam o contato da vítima. O advogado alerta que precisar pagar determinada quantia pelo fato do valor ter sido liberado é mentira.
“Quando a parte perdedora do processo perde, ela deposita em juízo. E aí, depositando em juízo, o advogado tem que peticionar pedindo a petição do alvará de pagamento. Então, a forma como eles solicitam os clientes de fazer PIX, de enviar link, para fazer uma videochamada e o advogado acessar o processo, não é a forma correta. Não é a forma como os advogados fazem. Mas para eles pegarem o dinheiro das pessoas, acabam agindo dessa forma e infelizmente, alguns clientes têm caído nesse golpe”, afirmou.
Eduardo Gasiglia dá algumas dicas para que as pessoas evitarem de cair nesse tipo de golpe. “O primeiro passo é sempre verificar a identidade de quem te aborda, confirmando os dados do advogado ou escritório por meio de canais oficiais, como telefone, e-mail ou contrato. A segunda dica é nunca realizar transferência com pix e pagar sem confirmação. Sempre que alguém fizer esse tipo de contato, você tem que acionar o advogado que você sempre conversou. O número dele, ligar para ele, fazer uma chamada de vídeo, porque você só deve confiar naquele número que iniciou-se as tratativas sobre o processo”, salientou.
Gasiglia acrescenta que é sempre bom configurar um limite de pix diário. “Vale a pena você determinar ali um limite que entra para caso você sofra algum golpe, você não perder mais do que isso, para evitar essas perdas, em caso de fraude”, disse. Além disso, ele alerta sobre a denúncia.
“A última dica é você denunciar essas tentativas de golpe. Então, entrar no site da polícia, fazer o registro de ocorrência e comunicar imediatamente o seu advogado ali responsável pelo pelo processo. Importante também fazer contato com seu banco e registrar essa reclamação, informar que você foi vítima de um golpe, formalizar isso, anotar o número de protocolo quando realizar a ligação para o banco, formalizar por e-mail e no site do Banco Central essa reclamação, para você ficar respaldado”, finalizou.
