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“Uma verdade inconveniente, a gente precisa diminuir os gastos públicos”, diz presidente da ACB

Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti – Presidente da Associação Comercial da Bahia – Foto ACB

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na última quarta-feira (19) mais uma elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic (juros básicos da economia) elevando os juros para 14,25% ao ano, maior nível em quase dez anos.

De acordo com a Confederação Nacional da Industria (CNI), esse novo reajuste da taxa Selic prejudica a recuperação da economia e ameaçam o emprego e o consumo. Em nota divulgada, a CNI destacou que a decisão do Banco Central não tem outros efeitos além de prejudicar a economia brasileira. Ainda segundo a entidade, a taxa alta desconsiderou a queda do dólar e da cotação do petróleo no mercado internacional, fatores que ajudam a segurar a inflação.

Em conversa exclusiva com o Notícias da Bahia, o presidente da Associação Comercial da Bahia, Paulo Sergio Costa Pinto Cavalcanti, explicou de que forma a alta dos juros impacta negativamente na economia do país.

“É óbvio que todo aumento de juros impacta negativamente na economia. Nós sabemos que desenvolvimento econômico só se tem com juros baixos, ainda mais para nós, empresários, toda a classe produtiva do país. Aliás, diga-se passagem, não toda a classe produtiva, para todo brasileiro, todo mundo que efetivamente que sente o custo do aumento da taxa de juros, porque você não faz nada sem você ser financiado, não existe comércio sem você comprar para você estocar. Tem um ciclo operacional que exige efetivamente os encargos financeiros. Todas as vezes que você deixa de juros, quando você vai descontar os seus títulos, quando você vai querer operar para aderir, ter acesso a capital de juros, de novo vem os juros altos e isso vai, com certeza absoluta, provocar inflação, aumento de preço, e o aumento de preço ocorre também, é óbvio, nessas questões, não é só pela escassez, mas está aí”, explicou Paulo Sergio.

Empresário, Advogado, Pós graduado em Compliance e Governança Corporativa, Paulo Sérgio é o idealizador e Fundador da Fundação Paulo Cavalcanti, escritor do livro a Nova Filosofia Política e Social da Consciência Cidadã Participativa Transformadora. Para Paulo, além da alta taxa de juros, o alto custo da maquina pública se tornou um problema para economia brasileira.

“Na verdade, um reflexo do outro, um puxa o outro. A questão nossa está sobrevivendo a isso, nós precisamos entender a razão, e a gente precisa entender e a gente não pode estar sendo desta forma o tempo todo. Entendendo as coisas acontecendo, a taxa de juros subindo, as coisas se mostrando claramente, não é discussão, ninguém tem mais dúvida, a gente precisa reestruturar, a gente precisa ter coragem de olhar e enxergar as verdades inconvenientes. E uma verdade inconveniente, a gente precisa diminuir os gastos públicos. Isso não tem o que discutir. Não adianta querer criar histórias. A gente precisa enfrentar o problema como ele é. E a taxa de juros é sim, super prejudicial ao povo brasileiro. Não é só a classe produtiva, não é só os empresários, não, está certo? Essa é a nossa opinião, a opinião do empresário, e aí eu posso colocar tranquilamente na Associação Comercial da Bahia”, afirmou Paulo.

“A gente precisa controlar a inflação. E como é que você controla o seu orçamento doméstico? É gastando a mais do que o que você recebe? É gastando mais dinheiro do que o que você tem de salário? Você tem que fazer um dever de casa que é básico. Não é só do país, é dentro de casa, você tem que gastar aquilo que você recebe. Você não pode gastar mais do que você recebe, você não pode se endividar e continuar se endividando pra poder continuar gastando. A realidade é essa. Não é tão difícil. Qualquer cidadão comum entende isso”, explica Paulo.

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O presidente da Associação Comercial da Bahia criticou o excesso de carga tributária no Brasil que para ele, prejudica o consumo básico do brasileiro.

“Agora claro você vai me dizer pra mim mas o senhor quer que eu pare de comer? Não. Você não pode deixar de comer. Quer que eu pare de morar? Não você não pode parar de morar. Quer que eu pare de usar a luz e a água? Quer que eu pare de usar transporte? Também não. Mas no momento em que você tem um aumento desses itens que são essenciais para você ter pelo menos um conforto mínimo pra viver como cidadão. Claro, óbvio que aqui aí você tem um problema sério. Que é o que está existindo. Ter a coragem de olhar pra dentro e fazer esse dever de casa que qualquer cidadão comum faz. Eu não posso ficar gastando o que eu não tenho. E não adianta ficar achando que eu vou chegar na classe produtiva do Brasil e cobrar mais imposto. E chegar pra nós brasileiros e cobrar mais imposto”.

Paulo ainda aponta que o Brasil tem apenas 1% de empresas médias e grandes. De acordo com o IBGE, em 2024 o número de trabalhadores informais no Brasil chegou a 39,5 milhões, quase 50% dos trabalhadores no país.

“A gente precisa enxergar uma coisa. Veja bem, nós só temos um por cento de empresas médias e grandes no Brasil. E um país que tem quase cinquenta por cento de trabalho informal. Um país que tenha estados brasileiros que tem mais pessoas sendo beneficiada pela Bolsa Família do que com carteira assinada. Esta realidade, essa imensidão dessa nação maravilhosa que a gente vive chamando Brasil. Mas se a gente não olhar com esse olhar real, efetivo e buscar a solução como qualquer pessoa faz, a gente vai sim ficar nessa conta como é que vai ser, é ovo ou a galinha? Ou seja, o aumento dos juros? Claro, tem que acabar com a inflação. E ai é o Estado”, concluiu Paulo Sergio, presidente da Associação Comercial da Bahia.

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