Bahia solicita 386 novos profissionais do Mais Médicos

Ainda neste semestre, a Bahia pode receber 386 profissionais do  Mais Médicos, do governo  federal. No total, 104 municípios aderiram ao novo edital do programa para solicitar  profissionais.  Dentre as  cidades que mais receberão profissionais estão Salvador, com 82 vagas, Alagoinhas (13) e Jequié (11). Lançado no  dia 15 de janeiro último, o novo edital  priorizou municípios com dificuldade de contratar médicos na atenção básica e os que já contavam com vagas do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab). A maioria das prefeituras atendidas - cerca de 66% - atende ao critério de vulnerabilidade social e econômica. No país, são mais 4.146 vagas para atender a 1.294 municípios e 12 distritos indígenas inscritos nesta nova fase da iniciativa. Com isso, 18.247 médicos devem  atuar nas unidades básicas de saúde. A estimativa de atendimento é de cerca de 63 milhões de pessoas,  segundo o Ministério da Saúde (MS).

O Nordeste é o primeiro na lista de solicitação  por região, com abertura de 1.784 novas vagas. O Sudeste pediu 1.019  profissionais, seguido do Sul (520), Norte (395) e Centro-oeste (393). Foram abertas, ainda, 35 oportunidades para Distritos Indígenas do país. Dentre as 4.146 novas vagas disponíveis, 361 são para reposição de médicos que deixaram o programa.

Cobertura

Conforme a Secretaria da Saúde do estado (Sesab), atualmente, 380 cidades contam com, pelo menos, um profissional do Mais Médicos. Em Salvador, 75 profissionais da política pública federal  atuam nas unidades básicas de saúde: 37  cubanos, 32 brasileiros e seis intercambistas internacionais (brasileiros com diploma de outro país e estrangeiros), segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Para Maria Quitéria, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB)  e prefeita do município de Cardeal da Silva,  a ampliação do programa no estado representa melhoria da assistência médica onde as condições de saúde são precárias. "No ano passado, a UPB fez uma pesquisa com  municípios que aderiram ao programa e observamos um resultado satisfatório, tanto do ponto de vista da população - que pode ser assistida por profissionais capacitados - quanto dos gestores, que tinham dificuldades em encontrar profissionais para atuar nas cidades", disse.

No estudo, segundo ela, o programa obteve 97% de aprovação: "São resultados animadores, independente do tamanho do município". Já o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães,  entende a expansão da iniciativa na Bahia como uma forma de camuflar problemas maiores, como a manutenção do profissional nos municípios, falta de estrutura, medicamentos e materiais. "A vinda de médicos trouxe, sobretudo às comunidades mais carentes, a sensação de que a população está sendo assistida. Mas o que acontece é que os pacientes são acolhidos, mas não têm, de fato, uma assistência completa, com a possibilidade de realizar exames, acesso a medicação etc.", afirmou Magalhães.

Ele acredita que a criação de uma carreira de estado para médicos e investimentos em infraestrutura em cada município seriam medidas suficientes para sanar parte dos problemas que atingem o sistema de saúde do estado. "Mesmo com profissionais do Mais Médicos, os pacientes ainda são enviados, em casos graves, para hospitais dos grandes centros urbanos para conseguir um atendimento completo", concluiu o presidente do Sindimed.

Balanço

Segundo o Ministério da Saúde, até 2014, 14.462 médicos atuavam em 3.785 municípios, com atendimento a mais de 50 milhões de brasileiros. Com o novo edital, serão beneficiados 4.058 municípios, 72,8% das cidades do Brasil, além de 34 distritos indígenas. O investimento previsto é de R$ 5,6 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de unidades básicas de saúde e R$ 1,9 bilhão para construções e ampliações de UPAs.