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Dilma dá posse a Lula em meio a protestos e clima tenso

Nomeação para Casa Civil ocorre um dia após divulgação de conversa por Sérgio Moro.

17 de março - 2016 às 11h32
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O Globo / Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff desceram juntos a rampa interna do Palácio do Planalto, chegando ao Salão Nobre para a posse do petista como ministro da Casa Civil. Lula foi recebido por uma plateia de deputados e senadores do PT e da base aliada com gritos de "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Não vai ter golpe". Lado a lado, Lula e Dilma chegaram ao evento com semblantes sérios. Lula ainda abanou para os que acompanham sua posse, cujo início sofreu um atraso de meia hora. Antes de Dilma iniciar discurso na solenidade de posse, o deputado Major Olímpio gritou "vergonha". Foi retirado pelos seguranças. O ex-presidente chegou pouco depois das 8h desta quinta-feira a Brasília, em voo fretado, para a cerimônia de posse.

O petista chega em meio a grande tensão após a divulgação de gravações da Operação Lava-Jato pelo juiz Sérgio Moro de conversas entre Lula e a presidente Dilma Rousseff que mostram indícios de acerto entre os dois para obstruir a Justiça e prejudicar as investigações, como por exemplo, o envio de um termo preventivo de posse em ‘caso de necessidade’. Há registros de protestos em São Paulo e Brasília contra e a favor a sua nomeação. A cerimônia que oficializaria o retorno de Lula ao governo estava marcada para a próxima terça-feira, dia 22, mas depois da divulgação da conversa, o governo antecipou a posse para hoje, às 10h. Integrantes da Lava-Jato viram sinais de tentativa de obstrução à Justiça nos diálogos, assim como juristas ouvidos pelo GLOBO. 
 

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Junto ao ex-presidente, tomaram posse ainda Mauro Lopes (PMDB-MG) como ministro da Aviação Civil, Jaques Wagner como chefe de gabinete e Eugênio Aragão no posto de ministro da Justiça. Em protesto contra a nomeação do deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), a cúpula do PMDB não compareceu à cerimônia de posse dos novos ministros, incluindo a do ex-presidente Lula para a Casa Civil. Segundo pessoas próximas, o vice-presidente Michel Temer decidiu permanecer em São Paulo por considerar que a decisão do Palácio do Planalto é uma "afronta" ao partido, que decidiu em sua convenção no último sábado que nenhum peemedebista poderia assumir cargos no governo nos próximos 30 dias, até que haja uma definição sobre o desembarque da base aliada.

AÇÃO, REAÇÃO

A presidente Dilma reagiu a Moro, classificando a divulgação de “flagrante violação da lei e da Constituição, cometida pelo juiz autor do vazamento”. Disse ainda que tomará “medidas judiciais cabíveis”. O juiz Sérgio Moro, em nota, defendeu a decisão de tirar o sigilo da investigação, sustentando que “governados devem saber o que fazem os governantes”. Para ele, “levantar sigilo permite saudável escrutínio público”. A nomeação de Lula para a Casa Civil gerou protestos também da oposição, que ontem deflagrou uma chuva ações na Justiça para tentar impedir a nomeação oficial do ex-presidente. A avaliação da oposição é que Lula tenta se "blindar", com foro especial, com a nomeação.

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