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Em Salvador, Dilma faz apelo ao PT

Presidenta afirmou que precisa do apoio dos ‘companheiros’ e disse não ter receio do ‘julgamento da história’. Rui Costa foi vaiado!

12 de junho - 2015 às 11h05
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Estadão Conteúdo

A presidente Dilma Rousseff fez nesta quinta-feira, 11, um apelo para que o PT apoie o ajuste fiscal, buscou aproximação com a militância e disse precisar do partido para a aprovação das medidas. Ao participar da abertura do 5º Congresso da legenda, em Salvador, Dilma afirmou que conta com a sigla para a defesa do governo, do pacote e da Petrobras e que não tem receio de se “submeter ao julgamento da história”. “Nós não mudamos de lado, não alteramos o compromisso que temos com o Brasil, que o PT defende desde que chegamos ao governo”, discursou Dilma. “Somos um governo que tem a coragem de realizar ajustes para dar continuidade ao processo de desenvolvimento.” Ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de dez ministros, Dilma disse que apressara a volta da viagem a Bruxelas, onde participou da Cúpula União Europeia-Celac, para estar ali com o seu partido.

“É nas horas mais difíceis, quando medidas realmente duras precisam ser tomadas, que sabemos com quem podemos contar. Eu vim para assegurar a cada militante que temos uma agenda forte, que vai garantir a retomada do crescimento e um processo de ascensão social”, destacou. “Estejam certos: direitos dos trabalhadores serão garantidos.” O encontro foi marcado pela falta de entusiasmo da plateia. Muitos deixaram o auditório antes do fim dos discursos de Dilma e Lula. Ela cobrou a “leitura correta” da conjuntura e pediu a todos que defendam o governo. “Falem com orgulho da Petrobras, que está ganhando prêmio. Falem do pré-sal. Deixem claro que não vamos abrir mão do regime de partilha.”

A presidente discursou por quase uma hora, sem admitir que a atual situação do País seja consequência de medidas equivocadas do governo. Sem mencionar escândalos que colocaram o PT na pior crise de imagem de seus 35 anos, Dilma repetiu o mote usado na campanha eleitoral de que incentivou o combate à corrupção.

Sem acomodação

Antes de Dilma falar, Lula pediu engajamento em defesa da sucessora. “Não se acomodem no governo, pelo amor de Deus. Não deixem o País parar de crescer e parar de incluir. É nossa obrigação ouvir e compreender esse recado, manter acesa a esperança”, afirmou. Lula explicou por que leria o discurso, em vez do costumeiro improviso. “Confesso a vocês que preferi com os companheiros do Instituto (Lula escrever o que vou falar para não falar com o fígado. Tentarei ser o mais tranquilo que um orador pode ser.” Horas antes, a CPI da Petrobras havia aprovado a convocação do presidente do instituto, Paulo Okamotto, para explicar os R$ 3 milhões doados pela Camargo Corrêa à entidade.

O discurso de Lula foi carregado de ataques à mídia. O ex-presidente disse que veículos de comunicação e jornalistas decretaram por várias vezes a morte do PT e até citou demissões ocorridas no setor. “Parece que as pessoas não querem mais ler as mentiras que eles publicam.” Lula lembrou indiretamente os dez anos do escândalo do mensalão. “Estamos aqui para mostrar que o PT continua vivo e preparado para novos embates. Machucado, sim, mas bem vivo.” O ato foi marcado pela tensão. Militantes chegaram a bater boca entre si e abafaram o discurso do presidente do PT, Rui Falcão. O motivo da discórdia foi o governador da Bahia, Rui Costa (PT), vaiado por causa da chacina de 12 jovens em fevereiro, atribuída a policiais militares - Costa se posicionou a favor da ação policial.

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