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Morre, aos 71 anos, percussionista Naná Vasconcelos

No ano passado, o músico já havia sido internado por cerca de 20 dias para tratar do câncer. Conheça vida e obra!

09 de março - 2016 às 10h25
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Com informações Correio 24h / G1

O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos morreu por complicações de um câncer de pulmão nesta quarta-feira (9), aos 71 anos. Naná passou mal durante um show em Salvador no domingo (28). Ele estava internado em estado grave no Hospital Unimed Recife III, em Pernambuco. A saúde de Naná piorou na manhã deste sábado (5), e o músico foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No ano passado, o músico já havia sido internado por cerca de 20 dias para tratar do câncer. Ele descobriu a doença em agosto de 2015. Na época, Naná enfrentou a situação com bom humor, e gravou vídeo com poesia. Ele foi diagnosticado com infecção respiratória, arritmia cardíaca e progressão de neoplasia.

Na época, segundo o jornal Estado de S. Paulo, ele procurou a emergência do hospital depois de uma viagem ao Rio de Janeiro, onde apresentou um show. Após a internação, ele ainda participou da abertura do Carnaval de Recife no Marco Zero neste ano. "Eu tenho essa situação e tenho que enfrentar com força, pensamento positivo. E vou enfrentar com o pensamento de que eu vou chegar lá", disse ao jornal na época.
 


Vida e Obra

Apelidado de Naná pela avó, a música sempre foi a mola propulsora de Juvenal de Holanda Vasconcelos. Ele não media palavras para descrever seu amor e conexão com ela. Era como se a música fosse a energia, a batida, que movia o coração do percursionista. No ano de 1960, Naná deixou o Recife e foi morar no Rio de Janeiro, onde gravou dois discos com Milton Nascimento. Com o cantor Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livro, que acompanhou Geraldo Vandré no icônico Festival da Canção.

A obra de Naná foi propagada e respeitada dentro e fora do Brasil. Ele fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Chegou a gravar com B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos precursores do movimento "new wave". Nacionalmente, ele participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A.
 


O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes nacionais e norte-americanos. Foi eleito oito vezes, por revistas especializadas em música nos Estados Unidos, como o melhor percussionista do mundo. Em contraponto, por sempre acreditar que a música podia transformar e melhorar a vida das pessoas, também era um humanitário nato. Naná foi responsável por criar diversos projetos sociais como o "Língua Mãe", que reuniu crianças de três continentes: América do Sul, Europa e África. Naná também defendia levar a música para dentro das comunidades carentes do Recife como forma de incentivo à educação e cultura. Há 15 anos, a abertura do carnaval do Recife seguia sob o comando firme e talentoso de Naná. Com 12 maracatus, 600 batuqueiros e o coral Voz Nagô, o marco ocorria sempre na sexta-feira de carnaval, levando magia e beleza para a multidão de foliões. Um espetáculo que só a criatividade de Naná e a força do carnaval pernambucano podiam criar.
 



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