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Rótulos deverão informar presença de 17 alimentos que podem causar alergia

Lista aprovada pela Anvisa inclui trigo, ovos, peixe, amendoim, leite e outras substâncias.

25 de junho - 2015 às 11h58
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O GLOBO

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira uma resolução para que seja informada nos rótulos dos alimentos a presença de 17 tipos substâncias que podem causar alergia. A informação virá abaixo da lista de ingredientes e dirá se o alimento contém ou pode conter a substância alergênica ou seus derivados. Segundo a Anvisa, a norma deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias e os fabricantes terão 12 meses para se adequar. Os rótulos deverão informar se o produto contém: trigo, centeio, cevada, aveia e híbridos; crustáceos; ovos; peixes; amendoim; soja; leite de todos os mamíferos; amêndoa; avelã; castanha de caju; castanha do Pará; macadâmia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; castanhas. Além disso, os rótulos também deverão dizer se há látex natural no alimento.

— Diferentemente de outros processos da agência, essa demanda nasceu fortemente da sociedade, do cidadão pedindo que essa matéria fosse regulamentada — explicou diretor da Anvisa que relatou o processo, Renato Porto, acrescentando:

— A sociedade hoje pode ter certeza de que terá rótulos de produtos muito mais adequados. Rótulos de produtos que darão ao consumidor a possibilidade de escolhê-los adequadamente, dado que, para uma crise alérgica, a melhor maneira de prevenir é evitando o uso.

Quando não houver segurança sobre a presença de um alimento que pode causar alergia, o rótulo deverá informar que pode conter essa substância. As informações deverão vir com caracteres legíveis, em caixa alta, negrito e cor contrastante com o fundo do rótulo. Caso o alimento seja produzido antes do prazo de 12 meses de adequação e tenha data de vencimento posterior, ele poderá ser comercializado sem problemas até sua validade expirar.

PÕE NO RÓTULO

Presentes na reunião, os integrantes da campanha Põe no Rótulo lutam por informações claras e destacadas sobre alérgenos alimentares nos rótulos dos produtos. Atuante desde fevereiro de 2014, o time celebra a aprovação, mas ressalta que a vitória ainda não foi totalmente alcançada.

— É claro que é um passo muito importante. Independente do prazo, já vai haver uma mudança. Mas só comemoraremos mesmo quando a aprovação se materializar nos rótulos — afirma a advogada Cecilia Cury, uma das coordenadoras da campanha. — Não temos uma falsa expectativa de que vamos agora no supermercado e já vai estar tudo conforme tem que ser. Ainda estamos vigilantes.

Mãe de Rafael, de 3 anos e meio, alérgico a leite e a soja, Cecília, de 35 anos, explica que seu envolvimento já vem desde que fazia dieta para poder amamentar seu filho. Ao longo de seus 11 primeiros meses, a advogada tinha medo de consumir alimentos do supermercado.

— Às vezes eu comia qualquer coisa, ele passava mal — afirmou a paulista. — A gente vai no mercado no Brasil e a nomenclatura do rótulo ou é complicada, ou em inglês, ou as informações estão em uma área de torção da embalagem. Consumir é quase como uma roleta russa. Vai ali tateando e não sabendo o que está ingerindo.

Para a campanha, o ideal é que as empresas já vão se antecipando ao prazo. Além disso, é importante que a rotulagem se estenda a medicamentos e produtos de higiene.

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