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Trânsito em Irecê: problema sem solução?

Cidade vive um momento crucial... Se nada for feito, o caos fará parte da nossa rotina!

06 de março - 2017 às 14h14

Por Daniel Pinto 

Irecê (pra quem não conhece) é uma aprazível cidade da Região Norte do Estado, com população estimada em 73.915 habitantes, segundo dados do IBGE. Devido à localização estratégica e à tradição histórica, Irecê se tornou a principal referência para as mais de 30 cidades espalhadas em seu entorno. Por conta da força do comércio e do setor de serviços, além da presença de importantes órgãos públicos, dados extraoficiais apontam que diariamente mais de 35 mil pessoas de outras localidades circulam pelo Centro de Irecê. Ao longo das últimas décadas, a cidade experimentou um crescimento desordenado, que foi impulsionado por ciclos econômicos da produção agrícola e também pela especulação imobiliária. 

Mas, infelizmente, o poder público não foi capaz de oferecer uma infraestrutura compatível com a necessidade do município e tão pouco conseguiu planejar a Irecê do futuro. Hoje, prestes a completar 84 anos de emancipação, a cidade sofre com uma série de problemas estruturais, que afetam o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. Neste artigo vou tratar especificamente sobre o trânsito. Apesar de ser uma cidade relativamente pequena e com uma frota de veículos inferior a 15 mil (ainda segundo dados do IBGE), Irecê tem um fluxo de automóveis compatível com o de cidades com mais de 100, 120 mil habitantes. 
 


 

Além dessa peculiaridade, falta infraestrutura urbana, sinalização, estacionamento rotativo, educação por parte de condutores e pedestres e, especialmente, fiscalização. O trânsito, em teoria, foi municipalizado. Mas, não há nenhum tipo de controle de tráfego por parte da Prefeitura. Sendo assim, cada um faz o que quer, sem medo de punições. O exemplo mais significativo, talvez, seja a Praça do Feijão, no “coração” da cidade, onde é muito comum a parada de caminhões e carros pesados em fila dupla para abastecer as lojas do local. O mesmo acontece em toda extensão da Avenida Caraíbas, que praticamente cruza todo o Centro. 
 


O resultado de tamanha insensatez é engarrafamento, hostilidade, estresse, insegurança... Cidades de toda a Bahia resolveram esse problema com um simples decreto de carga e descarga, com horários estabelecidos para circulação de veículos de grande porte. Mas, sem fiscalização e punição, estamos reféns da consciência de cada indivíduo. Neste aspecto, Irecê anda na contramão do desenvolvimento. A Polícia Militar até auxilia em muitos aspectos que dizem respeito ao ordenamento. Entretanto, como todos sabem, o efetivo é pequeno e a PM tem obrigações mais importantes. 

Com a certeza da impunidade, muita gente não respeita as leis de trânsito, os limites de velocidade e despreza itens de segurança, como o sinto e o capacete. Sem contar com o transporte irregular feito por automóveis em péssimo estado de conservação e (muitas vezes) movidos a gás de cozinha, o que é considerado infração grave. O roteiro digno de filme de terror nos faz refletir: esse é um problema sem solução? A resposta é afirmativa se o poder público se mantiver apático e sem coragem de tomar decisões importantes. Se nada for feito, do jeito que a cidade cresce, o caos fará parte da nossa rotina. 

SUGESTÃO DE TRILHA SONORA 

 

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