Thatcher Vermelha na Bahia?
Enquanto o PT baiano hasteia a bandeira da democracia, seu “líder natural” Jaques Wagner parece ter adotado o manual de Margaret Thatcher – versão petista. Com mão de ferro em veludo de militância, o senador quer conduzir o partido como se democracia interna fosse um detalhe burguês. “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais”, diria Orwell – e no caso, os “mais iguais” parecem ser sempre os do círculo wagneriano. O partido que combateu a direita autoritária agora cultiva sua própria “Dama de Ferro” – só que de vermelho e amarelo? Será que o lema é “Democracia para todos, mas o comando é meu”?
Éden vai sair pela porta dos fundos?
A disputa eleitoral dentro do Partido dos Trabalhadores na Bahia vem revelando que Éden Valadares, o “gestor” carimbado por Jaques Wagner, administrou o PT baiano com mão de ferro e distância da militância sem o talento do seu padrinho. Tão eficiente foi sua gestão de gabinete que nem para reeleição ele vai. E no almoço que selou a aliança entre Elen Coutinho e Jonas Paulo, com direito a figurões do partido, como o vice-presidente nacional do PT, Everaldo Anunciação, o deputado estadual Marcelino Galo e o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelara, a orelha de Éden deve ter chegado a ponto de brasa.
Rui Costa: O pragmático num mar de hipocrisia orçamentária
Se há uma figura no governo Lula que personifica o paradoxo petista entre o discurso e a prática, é Rui Costa. O ministro da Casa Civil, com seu perfil de gestor técnico e pouca paciência para bravatas ideológicas, poderia ser a peça-chave para enfrentar o orçamento secreto – esse mecanismo que Lula tanto criticou na oposição, mas que hoje abraça com o entusiasmo de um convertido. É só perguntar para os deputados estaduais como o então governador Rui Costa tratou as emendas da ALBA.
Rui Costa não é um wagneriano – e é justamente por isso que internamente incomoda. Enquanto o PT baiano se arrasta entre clãs e fidelidades pessoais, ele governou a Bahia com pragmatismo. Virou o “faz-tudo” de Lula no Planalto. Seu pecado, aos olhos da velha guarda, é ser a autocrítica em carne e osso que o partido nunca fez: um operador que entende que poder se sustenta com gestão, não apenas com retórica. E Lula sabendo dessas qualidades de Rui, não acredita nos “fogo amigo” que vira e mexe estoura nos arredores da Casa Civil do seu governo.
Rui Costa: O pragmático num mar de hipocrisia orçamentária II
O problema é que, diante do orçamento secreto – agora requentado como “relações institucionais democráticas” –, Rui Costa enfrenta um dilema: aplicar sua eficiência gerencial para frear as artimanhas do Centrão ou compactuar com o jogo sujo que mantém o governo de pé. Nenhum e nem outro. O presidente não é ele então não tem porque carimba-lo com este dilema. Seu histórico sugere que poderia fazer diferente. Afinal, foi ele quem, na Bahia, cortou gastos inúteis e priorizou obras estratégicas, muitas vezes contrariando aliados.
Se o PT levasse a sério sua suposta ética na política, Rui Costa seria o exemplo a seguir: um gestor que sabe negociar sem se render ao toma-lá-dá-cá vulgar. Pois nos dias de hoje o grande problema é o vulgar do toma-lá-dá-cá. Mas, entre wagnerianos e lulistas, ele segue um estranho no ninho – o tipo de petista que o PT precisaria ser, mas insiste em não tornar-se. Enquanto isso, o orçamento secreto segue intocado, e a lição que fica é que, no Brasil, até os críticos mais ferrenhos do sistema acabam por se tornar seus melhores operadores.
Solidariedade Seletiva dos vereadores de Salvador
Que nobreza de espírito dos 34 vereadores de Salvador, que, em um ato de “heroica modéstia”, aprovaram um mísero reajuste para os servidores enquanto, não muito tempo atrás, exigiam compreensão da sociedade para engolir seus próprios aumentos suculentos – aqueles sim, sempre acima de dois dígitos de porcentagem, como se fossem inflação da Venezuela e não salários de uma cidade com tantas carências.
Muniz o poeta da resignação

O presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), o “poeta da resignação”, pede mais uma vez compreensão e que os servidores aceitem migalhas com sorriso nos lábios – afinal é uma matemática curiosa: quando se trata do funcionalismo, o orçamento é austeridade pura; mas quando o assunto é o próprio bolso, vira “justa remuneração pelo árduo trabalho legislativo” que, convenhamos, inclui desde sessões vazias até debates sobre nomes de ruas. Pão duro para os servidores, pão de ló para os vereadores.
Repúdio à Violência na Câmara de Salvador
Os protestos são um direito fundamental em qualquer democracia, mas a invasão, a agressão covarde contra o vereador (Maurício Trindade) um idoso, representa um absurdo inaceitável. Nenhuma causa, por mais justa que seja, pode ser defendida com violência, vandalismo e selvageria. Levar armas para uma manifestação, como fizeram alguns guardas municipais ao ameaçar apontá-las contra pessoas, é atitude de criminoso, não de trabalhador lutando por seus direitos. Quem age assim não merece solidariedade, mas rigorosa desaprovação da sociedade.
Violência não gera comoção, gera pavor e repúdio. Servidores que deveriam zelar pela ordem pública transformaram-se em algozes, manchando sua própria luta e dando munição moral a quem sempre quis deslegitimar movimentos reivindicatórios. Se há indignação com os baixos salários, a resposta não está na barbárie, mas na pressão organizada, no diálogo e, se necessário, na GREVE GERAL.
GCM e seus covardes e criminosos. Possíveis assassinos?
É inaceitável que jornalistas tenham sido impedidos de cumprir seu papel democrático na Câmara de Vereadores, enquanto servidores da Guarda Civil Municipal de Salvador – armados e agressivos – vandalizavam o espaço público. Ameaçar uma repórter com xingamentos e intimidação com arma de fogo é a face mais nojenta dessa estrutura: valentão com arma na mão, covarde com farda no chão. A hipocrisia ficou ainda mais evidente quando, após agirem como truculentos, alguns dos mesmos manifestantes se transformaram em “bebês chorões” ao verem um dos seus sendo detido pela PM, exigindo o respeito que negaram aos outros. Se querem ser tratados como profissionais, que ajam como tal – e não como criminosos que usam a farda e a causa trabalhista para justificar barbárie. Violência e censura nunca serão legítimas, não importa o lado. E quem leva arma para uma manifestação é um potencial assassino? E nem precisamos explicar por quê. Tá bem óbvio.
ACM Neto prevê uma tempestade de 2026?

Um importante lobo da matilha do União Brasil revelou para coluna etc&tal que ACM Neto (UB), já sentiu o cheiro de derrota no ar em 2026 e decidiu que melhor do que cair no Baianão é se arriscar no Campeonato Nacional de carona, no posto de vice do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Afinal, perder lá em cima até parece glamour (“Ah, perdi foi na eleição presidencial!”), enquanto fracassar na Bahia seria como ser rebaixado do estadual direto para o intermunicipal. Melhor dar um upgrade na derrota, não? ACM Neto avalia que o tombo no plano nacional pode doer menos. E o dilema é o seguinte: se fugir, ninguém mais vai acreditar no amor dele pela Bahia. Se ficar e perder, ninguém mais vai lhe credenciar como um líder. Credo… que situação do bronzeboy. Em 2026 saberemos se o lobão falou a verdade ou não e vida que segue.
A Confraria do Notícias da Bahia busca através da Coluna etc&tal trazer reflexões sobre temas e acontecimentos importantes para nossa sociedade. A fofoca política nos interessa mas não é nosso principal objetivo.