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Barraqueiro perseguido promete acionar Justiça contra Prefeitura de Gabriel

Mateus Fralda, neto do Seu Jessé, teve alvará cassado pela irmã do prefeito e foi impedido de participar do aniversário de 35 anos da cidade.

02 de março - 2020 às 15h13

“Estamos conversando com o advogado, juntando provas e contabilizando os prejuízos... Vamos entrar na Justiça porque eles não podem agir dessa forma! Sou trabalhador, não sou vagabundo não”.  O desabafo é de Mateus Gama Rocha, popularmente conhecido como Fralda, que teve o alvará da sua barraca cassado e acabou impedido pela gestão Hipólito Rodrigues de trabalhar na festa de 35 anos de emancipação da cidade, realizada no último fim de semana, na Praça Pedro Gama. O assunto movimenta as redes sociais desde sábado (29) e hoje ganhou grande repercussão no Jornal da 101 News FM, ancorado por Vitor Souza e Bruno Araújo. 

Em conversa com a reportagem do Sertão Baiano, Mateus Fralda alega que foi perseguido pela Prefeitura de São Gabriel. “Tentei tirar o alvará no meu nome e não consegui. Então, fiz uma sociedade com meu primo Osvaldo (Nunes Dourado) e ele tirou a licença sem nenhum problema. Mas, quando viram meu nome na barraca a situação mudou completamente... Nosso alvará foi cassado pela irmã do prefeito (Luciana Rodrigues - secretária de Administração), que inclusive chamou a Polícia para nos retirar do local”.

Fralda é neto do Seu Jessé Paixão da Gama, figura ilustre na cidade, conhecido por todos porque carrega na memória o acervo político e cultural de São Gabriel. Ele conhece o nome de todas as ruas da sede, sabe a história de todos os prefeitos e vereadores, assim como é capaz de descrever a genealogia das três últimas gerações do município.  Além disso, é funcionário da Prefeitura e teve papel importante na campanha que consagrou Hipólito Rodrigues como prefeito. Mesmo assim, seu neto garante que foi vítima da truculência da gestão. Em solidariedade à família, foram impressos adesivos com o nome da barraca que acabaram sendo usados como protesto contra a decisão do poder público.

Na sua conta pessoal no Facebook, o presidente da Câmara de Vereadores, Ninho de Enock, se disse envergonhado e lamentou o episódio. “O prefeito acuado vai descarregar sua raiva em cima de um trabalhador que queria apenas exercer seu trabalho digno, que poucos têm coragem de fazer, colocar uma barraca e passar a noite acordado, vendendo sua mercadoria... Isso é o que dá votar em barãozinho, que nem reside na nossa cidade”. 
 


O QUE DIZEM OS CITADOS... 

A reportagem entrou em contato com a Assessoria da Prefeitura. Em resposta, obteve a informação de que a gestão Hipólito Rodrigues “finaliza processo administrativo” e que irá emitir nota oficial quando houver um parecer do Departamento Jurídico sobre o assunto. Como de praxe, o espaço está à disposição. 

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