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Compra de cozinhas reforça elo entre sítio e tríplex no Guarujá

As duas aquisições foram pagas pela OAS e feitas na mesma loja em São Paulo. Será que Lula não sabia?

04 de fevereiro - 2016 às 09h55
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O Globo / Estadão

A compra de cozinhas planejadas da empresa Kitchens liga o tríplex no Guarujá, reservado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o sítio de Atibaia, frequentado pelo líder petista e seus familiares. Investigações apontam que as duas compras, feitas na mesma loja, em São Paulo, foram pagas pela construtora OAS, segundo reportagem do “Jornal Nacional” nesta quarta-feira. O tríplex, que está registrado em nome da OAS, passou por reformas que custaram R$ 777 mil, entre abril e setembro de 2014. Em 12 de novembro do mesmo ano, foi entregue a cozinha planejada, que custou R$ 78,8 mil. O ex-presidente confirmou que visitou o apartamento, acompanhado do então presidente da OAS, Léo Pinheiro, mas desistiu de ficar com o imóvel porque não teria privacidade.

Outra compra na mesma loja também teria sido paga pela OAS, segundo as investigações, e foi entregue no sítio Santa Bárbara, em Atibaia. O pedido é datado de 13 de março de 2014. Além da cozinha planejada de R$ 28 mil, foram entregues um refrigerador de R$ 9,7 mil, uma lava-louças de R$ 9,1 mil, um forno elétrico de R$ 10,1 mil, uma bancada de R$ 43 mil e outros itens. No total, foram pagos R$ 130 mil. A nota fiscal das compras para o sítio está em nome de Fernando Bittar, um dos sócios do imóvel de Atibaia. Os promotores querem saber por que a OAS pagou pela compra feita por Bittar. As duas aquisições foram feitas na mesma loja, na Avenida Faria Lima, em São Paulo. A informação foi publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na edição do último sábado.

O sítio em Atibaia está em nome de Bittar e de Jonas Suassuna, que também são sócios do filho mais velho do ex-presidente Lula, Fábio Luis Lula da Silva, conhecido como Lulinha. O Ministério Público de São Paulo suspeita que o ex-presidente Lula seja o verdadeiro dono do apartamento no Guarujá. Os promotores questionam o fato de a OAS ter gastado tanto dinheiro numa reforma sem um comprador definido. A construtora não quis comentar o assunto. O Instituto Lula não respondeu às perguntas do GLOBO. Fernando Bittar também não foi localizado.

De acordo com a investigação do Ministério Público, no fim de 2009 nove empreendimentos inacabados da Bancoop (cooperativa habitacional criada pelo Sindicado dos Bancários de São Paulo) foram assumidos pela construtora OAS. Um deles é justamente o prédio onde o ex-presidente teria um apartamento e onde João Vaccari, em depoimento, disse ser proprietário de outra unidade. Vaccari, ex-tesoureiro do PT preso na Operação Lava-Jato, presidiu a Bancoop. A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto habitacional da Bancoop no Guarujá. A cooperativa se tornou insolvente, e a OAS assumiu as obras.

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