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Jaques Wagner assombrado com custos das eleições 2014

De acordo com o governador, um dos maiores problemas provocados por este contexto é o naufrágio da democracia.

09 de agosto - 2014 às 09h41
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Luiz Fernando Lima / Bocão News

O governador Jaques Wagner (PT) se mostrou assombrado com os depoimentos que vem ouvindo de aliados e adversários políticos a respeito do custo dessas eleições. Garantiu, em conversa com jornalistas de sites da Bahia, realizada nesta sexta-feira (8), que jamais tinha se deparado com cifras tão elevadas. “Tá sendo ( a mais cara). Eu digo que nunca vi nada igual ao que estou vendo este ano. O grau de piora em comparação com 2010 é muito acentuado é como se tivesse banalizado. Como se a coisa acontece assim e pronto”. Wagner não entra no assunto por “não estar na ponta” – não é candidato-, contudo, deixa claro que o custo ao qual se refere não é o relacionado a peças publicitárias. “Estou falando da relação, ela banalizou. Os caras tão dizendo, ó amigo, nós somos amigos, mas...É o que todo mundo me conta”.

De acordo com o governador, um dos maiores problemas provocados por este contexto é o naufrágio da democracia. “Porque o cara começa a entrar em desespero, o vereador chega e diz e o que tem a dizer e o cara sai correndo atrás. Se não fizermos essa reforma o Brasil vai voltar ao Império, porque lá caboclo para ser candidato e para votar tinha que provar que tinha 20 mil contos de réis na conta”. A atual situação coloca em xeque a representatividade partidária, segundo Wagner. “Hoje a linha de corte de quem consegue passar (se eleger) vai ser financeira. E qual é o pior? O mandato fica do cara. Porque se ele que arruma o dinheiro, que corre atrás, quando chegar lá vai pensar nele”.

"Vai-se ter 513 indivíduos defendendo o seu mandato. A mesma coisa. Tem alguém que tenha mais legitimidade para ter um partido do que a Marina? Não. Ela teve mais de 20 milhões de votos e não conseguiu vencer a burocracia. E tem muito partido que não carrega essa legitimidade".

Convênios

Não são raros os pedidos de convênio e a explosão de obras municipais bancadas pelo Estado em ano eleitoral. Para o governador, este é um processo que faz parte do “jogo”. “Obra eu acho que é do jogo porque o cara quer mostrar. O cara quer me defender e tem que dizer o porquê. Uma ambulância, uma estrada, a praça. Isso é do jogo. Não estou falando disso porque está dentro da normalidade. Eu sou julgado pelo o que eu faço e pelas relações que construo”.

Reforma política

Em tempos como os atuais explodem as opiniões a respeito da tão comentada e demorada reforma política. Em uma conversa de duas horas com jornalistas o assunto não poderia ficar de fora. Neste sentido, o governador deu duas sugestões fechadas e uma aberta à discussão que, segundo ele, poderiam melhorar muito as relações político eleitorais. “Uma é o tempo de televisão ser do partido se ele tiver candidato na majoritária. Se não tiver, paciência. O tempo só é distribuído para quem tiver. Isso não é difícil de fazer é só colocar uma vírgula e acrescentar. Com certeza iria parar de criar tanto partido aqui. A segunda é acabar com a coligação proporcional. Que só existe no Brasil. A Casa (legislativa) já leva o nome de proporcional. Então, cada partido se apresenta e tem assento de acordo com a proporcionalidade que tem”.

O terceiro ponto é dividido em duas partes. A primeira é o fim da reeleição, que Wagner considera polêmico demais e pode ser colocado de lado – ainda que seja uma tese defendida por ele -, mas a unificação do calendário eleitoral é prioridade na avaliação do petista. Eleições unificadas de vereador a presidente de cinco em cinco anos seria uma contribuição irrefutável. “Acaba com esse negócio de eleição de dois em dois anos. Ninguém aguenta mais esse troço. Bota quatro ou cinco anos. Arruma ou um mandato tampão ou um mandato de seis anos, coincide e acabou. Vai ficar mais barato. Isso é uma grande contribuição contra a corrupção. Não tenha dúvida de que a relação ruim entre o público e o privado começa no processo eleitoral”.

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