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Petrobras admite que empregados da estatal receberam propina

Segundo a presidente da estatal, Graça Foster, desde maio a companhia foi informada pela empresa holandesa do pagamento irregular e criminoso. Saiba mais!

18 de novembro - 2014 às 09h22
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Estadão Conteúdo / Foto: Veja

A Petrobras admitiu nesta segunda-feira, 17, pela primeira vez, que “empregados ou ex-empregados” da estatal receberam propina da empresa holandesa SBM Offshore, responsável pelo aluguel de embarcações para a petroleira. Segundo a presidente da estatal, Graça Foster, desde maio a companhia foi informada pela empresa holandesa do pagamento de propina. A executiva afirmou que “imediatamente” suspendeu a participação da fornecedora em licitações. A nova versão contraria os resultados da primeira auditoria interna sobre o tema, feita entre fevereiro e março.Representantes da estatal chegaram a viajar à Holanda e aos Estados Unidos em busca de informações, sem sucesso. Na época, a petroleira informou que não havia encontrado indícios de irregularidade nos contratos de aluguel de plataformas com a empresa. “Passadas algumas semanas, alguns meses, eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado de Petrobras”, disse Graça Foster, em coletiva de imprensa.

A executiva teria recebido um comunicado e também uma ligação de representantes da SBM informando sobre o pagamento de “comissões”. Os funcionários envolvidos e os valores pagos não foram informados. O caso foi citado pela executiva como exemplo de “informação avassaladora” que atestaria a necessidade de sanção à empresa envolvida mesmo antes de concluídas as investigações oficiais sobre as denúncias. Desde a revelação, em maio, a SBM não participa de licitações da estatal. “Não vamos interromper os contratos com ela nem com outras empreiteiras que trabalham conosco até que tenhamos informações tão avassaladoras a ponto de encerrar contratos”, disse Graça. “Ela (SBM) oficializou para nós que corrompeu empregados da Petrobras, então não tem a menor chance de continuar trabalhando conosco até que tudo esteja esclarecido”, completou.

Atualmente, a companhia possui oito contratos de afretamento de embarcações com a empresa holandesa com valores que ultrapassam os US$ 20 bilhões. O diretor de Exploração e Produção, José Formigli, defendeu que, se comprovadas as denúncias, os contratos poderiam ser “corrigidos”. “Em eventuais revisões de contratos onde sejam identificadas práticas inadequadas, vão ser corrigidos, mas a priori não rompidos”, disse. O atual diretor de Engenharia e Serviços, José Figueiredo, explicou que a suspensão da empresa holandesa nas licitações da Petrobras podem durar entre seis meses e dois anos. “Toda vez que o jurídico nos comunica, abrimos uma comissão especial para analisar. Os contratos em andamento continuam, mas relações futuras vão depender das investigações”, disse Figueiredo. Na última semana, a SBM firmou acordo com o Ministério Público holandês para pagamento de US$ 240 milhões em multas e ressarcimento.

A empresa informou às autoridades que pagou “comissões” via empresas de consultoria a “agentes públicos” para garantir contratos e informações privilegiadas sobre a estatal. Na denúncia, um ex-funcionário da SBM afirmou que a empresa tinha contato e ligações com um “chefe de engenharia” identificado apenas como Figueiredo. Ele teria intermediado os contratos juntamente com o representante comercial da empresa no Brasil, Júlio Faerman, que nega as acusações.

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