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Procedimento estético que levou Andressa Urach à UTI não é recomendado por médicos

Hidrogel e Bioplastia são motivos de polêmica e alguns cirurgiões plásticos optam por não utilizar por terem poucos estudos na área sobre os produtos.

03 de dezembro - 2014 às 10h23
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Tatiane Sacramento / Correio*

Aplicação de hidrogel e o procedimento de bioplastia. Dois recursos utilizados pela modelo Andressa Urach e que resultou em sua internação na UTI, nesta segunda (01), em um hospital no Rio Grande do Sul. De acordo com o boletim médico, o estado dela é grave e a modelo encontra-se com infecção, desacordada e a base de medicamentos. Em julho passado, Urach decidiu retirar o produto por meio de lipoaspiração e relatou em entrevista a EGO que "há cinco anos fiz a aplicação de dois produtos diferentes. O hidrogel não foi absorvido por meu corpo e começou a machucar. E esse PMMA necrosou dentro do meu músculo. Ele está grudado e não sai. Por isso que senti fortes dores”. Em nota o hospital afirmou que “a paciente apresenta um processo de infecção em decorrência  da aplicação de hidrogel nos membros inferiores, realizada há cinco anos em uma clínica especializada".

Um cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que prefere não se identificar, revelou que o recomendável são tratamento estéticos menos invasivos. "Para os fins desejados de preenchimento muscular, o procedimento recomendado é a transferência de recursos do corpo para o próprio corpo, como a retirada de gordura excedente de um lugar e aplicada na região que supostamente está faltando", pondera. O médico revela ainda que desconhece detalhes do procedimento utilizado por Urach mas algumas dúvidas pairam no ar e que talvez nunca venham à tona. "Será que o produto aplicado foi aquele mesmo prometido há cinco anos atrás, qual o fabricante e a procedência desse produto?", questiona.

Outros casos

Em outubro deste ano, um caso parecido levou a morte da ajudante de leilões, Maria José. Após aplicar a substância hidrogel Acqualif, para dar volume ao glúteo se sentiu mal, e foi internada em um hospital de Goiânia, onde morava. A paciente morreu com menos de 24 horas após ter registrado entrada na unidade médica por causa de uma embolia pulmonar. Outro caso que ganhou o mundo foi da ex-miss argentina que também, em 2009, passou por um procedimento de bioplastia, que é vendido “como a cirurgia plástica sem cortes”, e que, da mesma forma, passou mal, foi internada na UTI e morreu diagnosticada com o mesmo problema: embolia pulmonar.

Ex-miss Solange Magnano também morreu em 2009Pouco estudado

O médico carioca Carlos André Meyer, especialista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em seu blog, relata que existem muitas complicações com estes procedimentos estéticos, neste caso em especial a bioplastia, recurso também assumidamente utilizado por Andressa Urach. "Felizmente as complicações são, em sua maioria, leves. Dentre as mais comuns estão reações alérgicas, inflamações persistentes, formação de nódulos, granulomas e ‘palpabilidade’ do implante. Porém, o tratamento destas complicações na maioria das vezes requer a remoção cirúrgica do PMMA injetado, o que em muitos casos não é possível e, quando possível, deixa cicatrizes".

Ele registra ainda que prefere não utilizar tais produtos para fins estéticos. "A impossibilidade de solucionar a maioria das complicações e a falta de estudos a longo prazo que atestem a segurança do PMMA me fazem abominar a Bioplastia. Na minha prática médica dou preferência à utilização de preenchedores não definitivos, mais especificamente o Ácido Hialurônico, ou a gordura do próprio paciente", esclareceu.

A ex-miss Solange Magnano, em destaque na foto ao lado, morreu em 2009 vítima de um procedimento também desastroso.

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