Salvador: Alunos do Módulo retratam Sertão Baiano em trabalho multidisciplinar

Alunos do 9º ano C do Colégio Módulo, em Salvador, receberam a tarefa de retratar o Sertão Baiano em toda sua diversidade cultural e social. O trabalho envolveu as disciplinas Geografia, Português, Inglês, Literatura e Artes. A turma absorveu o espírito batalhador do sertanejo e pôs as “mãos na massa” para construir painéis, que decoraram a sala, mas também proporcionaram uma reflexão sobre o tema, com destaque para a questão latifundiária. Além disso, os alunos do 9º ano distribuíram folhetos de cordel pelo ambiente, para agregar um elemento regional ao espaço, e leram (e discutiram) Vidas Secas, de Graciliano Ramos. O livro, publicado em 1938, conta a história de uma família retirante que foge dos abusos do coronelismo e do flagelo da seca.

Graciliano Ramos é um mestre da literatura e todos que labutam com a língua portuguesa deveriam ter intimidade com o autor para entender que a “palavra não foi feita para enfeitar, brilhar com ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Para compreender o livro em questão é preciso reconstruir o horizonte histórico e pensar no Brasil do início do século XX. O Sertão ainda é uma região com potencialidades pouco exploradas e onde ainda predomina a injustiça social. Entretanto, ao longo dos últimos 40 anos, é possível apontar avanços significativos e destacar contribuições desta região para o resto do país.

A Região de Irecê, por exemplo, é a maior produtora de alfafa e cebola do norte nordeste. Além disso, produz tomate, cenoura, beterraba e hortaliças que abastecem todo o estado. Sem contar com as criações de gado, carneiro e cavalo, animais de alto padrão genético premiados em competições nacionais. Outro ponto forte é o setor de comércio e serviços, que atende a demanda de um território com mais de 500 mil pessoas. Portanto, como foi apontado pela turma do Colégio Módulo, o segredo do desenvolvimento é saber conviver e extrair as riquezas do semiárido.