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Senado reelege Renan na presidência; 27 novos senadores tomam posse

Calheiros é eleito pela quarta vez: foram 49 votos a favor, 31 para Luiz Henrique e um voto nulo.

02 de fevereiro - 2015 às 11h12
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O Globo

Em votação secreta, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), foi reeleito presidente do Senado por 49 votos a seu favor e 31 contra, além de um voto nulo. Ele derrotou o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que foi candidato avulso e com apoio da oposição. Renan venceu a sua mais difícil disputa, por ser contra um colega de partido. Esse foi o placar mais apertado nas quatro eleições que disputou. Quando foi anunciado o placar de 41, Renan foi aplaudido discretamente e recebeu alguns cumprimentos. EM 2005, Renan venceu por 73 votos a favor e quatro contra, quando foi candidato único. Em 2007, Renan venceu por 51 votos a 28 o candidato José Agripino Maia (DEM-RN). E, em 2013, foi eleito pela terceira vez com 56 votos a 18, contra o então senador Pedro Taques (PDT-MT). A votação foi secreta e em cédula de papel.

A candidatura de Renan Calheiros foi registrada em Plenário pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Ele lembrou que Renan foi escolhido oficialmente como candidato do PMDB na última sexta-feira, quando recebeu o apoio de 15 dos 19 senadores da bancada.

— Quero cumprimentar nossos novos companheiros e, cumprindo o que determina o regimento desta Casa, e a maioria do meu partido decidiu na sexta-feira passada, encaminho o nome do senador Renan, como determina o Regimento e fazendo a proporcionalidade como indicação do PMDB, por ampla maioria, é em torno do nome do senador Renan.

Já a candidatura de Luiz Henrique foi oficializada pela líder do PSB no Senado, Lídice da Mata (BA).

— Solicito uma reflexão de todos — disse Lídice da Mata.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) pediu para votar na frente dos demais, pois casará no início da noite deste domingo. A sessão de votação foi comandada pelo primeiro vice-presidente da Câmara, senador Jorge Viana (PT-AC). Citando as manifestações de junho de 2013, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que disputa a presidência do Senado contra Renan , se apresentou em discurso feito no plenário da Casa, na tarde deste domingo, como o candidato da mudança.

— Não se pode aprisionar o sentimento de mudança. Esse sentimento vem das ruas e ronda os corredores desse Congresso. Sinto, vejo, ouço de senadores e senadoras de todos os partidos o desejo de fazer dessa instituição a grande protagonista das mudanças reclamadas, ansiadas, esperadas pelo povo brasileiro, mudanças políticas, econômicas e sociais - disse ele, na tribuna do Senado. Em uma crítica velada a seu adversário, o catarinense afirmou que, se for eleito, não indicará ministros nem presidentes de empresas estatais.

— Não ficarei fazendo indicação para ministros nem dirigentes de empresas estatais. Quando o presidente do Congresso se verga para pedir favores ao Executivo, perde a autonomia necessária para estabelecer esse diálogo construtivo com o governo.

De olho nos votos da base aliada, Luiz Henrique disse que não será um presidente de oposição, caso seja eleito:

— Não serei um presidente submisso, mas não serei jamais um presidente antagônico.

RENAN CRITICA ADVERSÁRIO

Num discurso cheio de alfinetadas contra o adversário Luiz Henrique pelo menos quatro vezes, o presidente do Senado e candidato à reeleição, senador Renan Calheiros, disse que o espaço da oposição é sagrado e que nenhuma candidatura deveria ficar acima das bancadas dos partidos. Ciente do desgaste dos últimos dias, Renan pediu votos e disse que preferia "a crítica à bajulação". Ele fez um discurso prometendo uma presidência "coletiva" e que o Legislativo continuará sendo independente, como determina a Constituição, em relação aos demais Poderes.

— Antes ser crivado pela crítica do que ser arruinado pela bajulação. O espaço da oposição é sagrado. A voz da oposição é insubstituível. Nâo precisamos colocar ninguém acima das bancadas _ disse Renan Calheiros, num ataque ao adversário Luiz Henrique.

Em seguida, Renan pediu votos.

— Peço, com muita humildade, o voto e a confiança de todos. Os que aqui trabalham são testemunha de que sou um homem de equipe, que não costumo jogar para a plateia. Fiquem absolutamente certos de que, em mim, a Presidência do Senado continuará coletiva. Não quero ser regente de nada. E me coloco para ser presidente do Senado. E continuará sendo uma Presidência coletiva. É uma conduta praticada. Peço a sua confiança, a sua fé e que, podemos, coletivamente, podermos continuar mudando esse país — disse Renan.

Candidato pela quarta vez, Renan disse que o PMDB tinha o direito regimental de apresentar seu nome e que ele teve o apoio de 15 dos 19 senadores da bancada do PMDB.

— Gostaria de me dirigir às senadoras e senadores para trazer algumas palavras sobre o processo de indicação do candidato do PMDB. Um direito não à Presidência, como maldosamente tentaram dizer. Um direito conquistado nas urnas _ alfinetou.

Apesar de ser aliado da presidente Dilma Rousseff, Renan prometeu um Senado "independente".

— Irei cumprir com absoluto rigor o mandamento constitucional da harmonia e independência entre os Poderes. Sobretudo a independência, da qual jamais abdicarei. Ela ajuda a governabilidade e muito mais a instituição _ disse Renan.

O senador citou várias vezes o nome de Luiz Henrique.

— Renovar é um verbo, senador Luiz Henrique, não é um nome. As reformas são os nossos maiores desafios.

Para Renan, 2015 será um ano de dificuldades. E desfiou uma série de ações no comando da Casa que levaram à economia dentro do Senado. Segundo ele, antes do Senado era uma "caixa-preta".

CANDIDATO DE DILMA

Ao chegar para acompanhar a cerimônia de posse dos senadores, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que Renan tem uma "relação de confiança" com a presidente Dilma Rousseff.

— O governo apoia a candidatura do senador Renan Calheiros, mas respeitará o resultado. Todos sabem que Luiz Henrique tem estatura e respeito. O PMDB saberá restabelecer o diálogo interno. Renan tem uma relação com Dilma construída ao longo dos últimos anos. A relação é uma relação de confiança.

Veja a lista dos senadores que tomaram posse:

 

Acre: Gladson Camelli (PP)

Alagoas: Fernando Collor (PTB)

Amazonas: Omar Aziz (PSD)

Amapá: Davi Acolumbre (DEM)

Bahia: Otto Alencar (PSD)

Ceará: Tasso Jereissati (PSDB)

Distrito Federal: Reguffe (PDT)

Espírito Santo: Rose de Freitas (PMDB)

Goiás: Ronaldo Caiado (DEM)

Maranhão: Roberto Rocha (PSB)

Mato Grosso: Wellington Fagundes (PR)

Minas Gerais: Antonio Anastasia (PSDB)

Mato Grosso do Sul: Simone Tebet (PMDB)

Pará: Paulo Rocha (PT)

Paraíba: José Maranhão (PMDB)

Paraná: Álvaro Dias (PSDB)

Pernambuco: Fernando Bezerra Coelho (PSB)

Piauí: Elmano Férrer (PTB)

Rio de Janeiro: Romário (PSB)

Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT)

Rio Grande do Sul: Lasier Martins (PDT)

Rondônia: Acir Gurgacz (PDT)

Roraima: Telmário Mota (PDT)

Santa Catarina: Dário Berger (PMDB)

São Paulo: José Serra (PSDB)

Sergipe: Maria do Carmo (DEM)

Tocantins: Kátia Abreu (PMDB)

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