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Será que pode dar certo?

Um jovem, sem experiência na vida pública, é capaz de atender os anseios da sua comunidade e desempenhar um bom papel na política? A história diz que sim!

09 de novembro - 2015 às 12h04
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Fotos: Divulgação e Blog Demais

Por Daniel Pinto

O país vive um momento bastante turbulento: pedaladas na economia, instabilidade política, o “fantasma” de um impeachment presidencial, juros exorbitantes, queda da capacidade de consumo das famílias, desemprego, fragilidade das instituições públicas e uma grave crise que coloca “em xeque” o sistema da democracia representativa. Apesar do cenário desolador, é preciso manter o equilíbrio emocional e buscar caminhos para mudar essa triste realidade. Muitos palestrantes adoram dizer que o ideograma chinês weiji “crise” é formado pela junção de outros dois com sentidos opostos: um negativo, “perigo” (wei); e um positivo, “oportunidade” (ji). Entretanto, acadêmicos de mandarim garantem que, isoladamente, os ideogramas ganham uma conotação diferente. Deixando a discussão etimológica de lado e esquecendo as palestras motivacionais, o bom senso nos diz que para superar momentos difíceis é preciso ser perseverante, otimista e não ter medo de buscar novos caminhos.

Essa fórmula - que teoricamente tem bases na milenar cultura chinesa - pode ser aplicada em diversas áreas do conhecimento, seja na economia, ciência, medicina, gestão pública, seja na vida de cada indivíduo, no dia a dia de uma comunidade ou até mesmo na política. Essa “palavrinha mágica” tem origem no grego politiká, termo com significado bastante abrangente: ciência da governança, compatibilização de interesses, arte da negociação em busca do bem-estar coletivo. Em geral, os significados convergem para tudo aquilo que diz respeito ao espaço público e à vida em sociedade. Por isso, mesmo com tanta descrença, uma célebre frase do filósofo grego Platão continua mais atual do que nunca. “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.

O que a recente história da política brasileira nos diz?

Aos 19 anos, Geraldo Alckmin se filiou a um partido político e já estava no primeiro ano de Medicina. Quando tinha 20 foi eleito vereador em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Ainda no primeiro mandato, assumiu a Presidência da Câmara Municipal e se destacou pela austeridade, responsabilidade administrativa e bom relacionamento institucional com os demais poderes. Aos 24 anos, ele foi eleito prefeito da sua cidade natal. Seis anos depois, graças à boa gestão em Pindamonhangaba, se credenciou para disputar vaga na Assembleia Legislativa: foi eleito com quase 100 mil votos, uma façanha incrível para a época. Ao longo da vida pública, foi deputado federal por dois mandatos, vice-governador de São Paulo, dirigente partidário, secretário estadual, disputou a Presidência da República e, hoje, Geraldo Alckmin segue no terceiro mandato como governador do estado mais rico do país.

Aécio Neves nasceu em 1960 no “seio” de uma família tradicional de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Seu pai, Aécio Ferreira da Cunha, foi deputado estadual por diversos mandatos, fez carreira em empresas públicas e foi ministro do Tribunal de Contas da União. Entretanto, o parente mais importante, sem dúvida, foi o avô materno: um tal Tancredo Neves, descrito nos livros de história como um dos “principais personagens do processo de redemocratização do Brasil”. Com 20 anos, participava ativamente de campanhas do pai e do avô. Aos 23, foi secretário do Governo de Minas.

Em 1987, após a morte de Tancredo Neves, foi o deputado federal mais votado no estado, tendo papel marcante nas deliberações da nova Constituição. Teve mais três mandatos na Câmara Federal, de onde saiu para disputar o Governo de Minais Gerais em 2002: chegou ao Palácio da Liberdade com uma enorme diferença de votos em relação aos adversários, sendo o primeiro governador eleito em primeiro turno na história do Estado. Hoje, Aécio Neves é senador da República e na última eleição presidencial mais de 50 milhões de brasileiros o escolheram para comandar o destino da nação.

Régua e compasso: a experiência baiana

ACM Neto carrega no nome uma enorme responsabilidade: é neto de um dos políticos mais importantes do século XX na Bahia, um homem que foi governador, ministro de estado, empresário de sucesso, teve força para eleger e reeleger sucessores e imortalizou a lenda de ser, ao lado do Senhor do Bonfim, responsável por tudo de “bom ou ruim” que acontecia na Bahia. Além disso, como se já não bastasse, ele é sobrinho de Luís Eduardo Magalhães, que foi deputado estadual, federal e presidente da Câmara dos Deputados. Político hábil e conciliador, Luís Eduardo estava sendo preparado para substituir o pai na vida pública. Por uma fatalidade, morreu de forma prematura. Mas, seu nome foi imortalizado numa das cidades mais promissoras do estado.

Em 2002, quando tinha apenas 23 anos, ACM Neto foi o deputado federal mais votado na Bahia, deixando pra trás figurões de “quatro costados”. Já no primeiro mandato, foi titular da CPI dos Correios e ganhou grande exposição midiática. Nas duas eleições seguintes, foi reeleito e assumiu posições de destaque na Casa Legislativa, como corregedor e integrante do Conselho de Ética. Atualmente, na condição de prefeito de Salvador, segundo dados do instituto Vox Populi, é o gestor mais bem avaliado do Brasil.

O destino de Luís Eduardo Magalhães

Numa dessas surpresas da vida, quis o destino que na cidade de Luís Eduardo Magalhães (LEM) surgisse um jovem, que - a exemplo dos demais citados acima - também pertence à família tradicional, com participação ativa na vida da sua comunidade e com um legado político a ser defendido. Trata-se do empresário Ondumar Marabá Júnior, filho do ex-vereador Ondumar Marabá. Como já é de conhecimento público, Ondumar Jr perdeu os pais num fatídico acidente de carro, no dia 25 de setembro de 2014. A 11 dias das eleições, mesmo abalado pela tragédia, por incentivo da comunidade e da família, assumiu a candidatura do pai à Assembleia Legislativa e obteve (extraordinários) 22.667 votos.

Mas, quem é Ondumar Jr? Quais são suas pretensões? Como ele pode ajudar LEM a enfrentar os novos desafios? “Cheguei em LEM em 2002, dois anos após a emancipação política. Cresci junto com a cidade e aprendi a amá-la. Conheço o meu município como a palma da minha mão e tenho orgulho de dizer que sou luiseduardense”, afirma o jovem, que aos 25 anos assumiu o comando municipal do PSDB. Em bate-papo com o Jornal 2 Pontos, Juninho, como é conhecido por todos na cidade, fez questão de dizer que começou a trabalhar bem cedo, junto com o pai e os irmãos num supermercado da família. “Essa experiência me deu responsabilidade, reforçou os laços com a minha família e com a minha comunidade. Além disso, graças à postura do meu pai, o trabalho me fez entender o papel social de um empresário, que gera emprego, paga impostos, alimenta a rede de fornecedores e convive diariamente com a população”.

Ondumar Jr é bacharel em Direito pela Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (Faahf), mas a vocação para o comércio fez com que ele se dedicasse ao setor supermercadista. Casado, pai de um filho recém-nascido, divide seu tempo com as atribuições da Igreja Batista Independente, onde junto com líderes religiosos mantém um centro de recuperação para dependentes químicos. “Poucas coisas na vida podem ser mais gratificantes do que ajudar uma pessoa a se livrar das drogas e ser reinserida na sociedade. Infelizmente, o poder público tem se mostrado incapaz de resolver esse drama, que deve ser tratado como questão de saúde pública”.

“Se isso é um sonho, pode me chamar de sonhador”

O interesse pela política nasceu em casa, fruto da convivência com o pai, que sempre o incentivou a estudar, trabalhar e a ajudar os mais necessitados. O exemplo de responsabilidade e altruísmo foi crucial na formação do seu caráter. “Foi com ele que aprendi a respeitar a família, ser honesto, cumprir minhas obrigações e a ser útil a minha comunidade. Sem dúvida alguma, meu pai é meu herói”, confidenciou, emocionado, durante a entrevista. Juninho evita falar sobre o assunto, mas seu nome tem aparecido como opção viável na disputa pela Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, em 2016.

Por conta do perfil e da empatia com a população, ele é apontado como político sem máculas, sem vícios; homem de boa fé, jovem antenado e capaz de liderar a construção de um projeto político que reflita os anseios de todos aqueles que estão cansados de tanta roubalheira e incompetência na administração pública. “Estou lisonjeado, mas, neste momento tão conturbado, meu orgulho fica em segundo plano. O mais importante é que minha cidade recupere o vigor de outros tempos e que todos (sem distinção de credo, raça ou condição social) possam colaborar com o desenvolvimento e tenham condições plenas de desfrutar das riquezas de Luís Eduardo. Se isso é um sonho, pode me chamar de sonhador”.

Matéria originalmente publicada na edição número 30 do  Jornal 2 Pontos:

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