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Wagner é contra a reeleição de Marcelo Nilo

Governador sugere aprovação de lei que garanta a alternância de poder na Assembleia Legislativa da Bahia.

17 de dezembro - 2014 às 11h33
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Biaggio Talento l A Tarde / Foto: Bocão News

O governador Jaques Wagner voltou a criticar duramente a possibilidade de reeleição do deputado Marcelo Nilo (PDT) - seu aliado político - para mais um mandato (o quinto) de presidente da Assembleia Legislativa do Estado. Nilo disse que respeita a opinião do amigo, mas vai disputar o cargo novamente. A eleição ocorre em fevereiro e o deputado pedetista  já costurou maioria de apoios dos colegas para disputar como favorito. A eleição é decidida por voto secreto dos 63 deputados estaduais. "Nenhum outro poder tem condução infinita. O STF não tem, o STJ não tem. Estou à vontade, pois Marcelo Nilo é meu amigo de sangue, mas ele tem uma opinião e eu tenho outra", disse o governador que se posicionou "totalmente contrário" à nova recondução do presidente da Assembleia.

Oposição

"Não acho que isso ajude o Poder Legislativo, agora tem que perguntar aos partidos políticos, inclusive os da oposição", declarou Wagner achando que "nessa hora todo mundo fica fazendo de bonito". Por essa razão, alegou ser preciso perguntar  "à liderança do DEM, do PSDB para dizer publicamente o que acha da matéria. Eu sou contra. Não tenho briga com Marcelo Nilo. Já briguei antes dizendo que ele não devia ser candidato", reforçou, ressalvando que, no entanto, "não se mete" no processo de sucessão do Legislativo. "Não sou eu que voto. Primeiro quem tem que se meter são os partidos  políticos, depois são 63 deputados que devem pesar a casa que trabalham. Se concordam com ele, continuem. Eu é que não posso mandar emenda para mudar o regimento interno", disse.

Para acabar com as sucessivas reeleições para a presidência da Assembleia, na visão do governador, cabe aos deputados estaduais cobrarem a emenda que extingue a reeleição dentro da Legislatura. "É botar para votar e vocês (da imprensa) pedirem votação aberta e controlarem quem quer e quem não quer". Wagner reforçou ser "contra" a reeleição. "Óbvio que é difícil falar contra a reeleição quando começa uma nova Legislatura como agora que o colegiado é outro e ai qualquer juiz do Tribunal Superior Eleitoral ou Supremo Tribunal Federal vai dizer que não se caracteriza a reeleição por ser uma outra Legislatura, mas se quiser votar  o impedimento acho melhor ainda". Jaques Wagner deu essas declarações durante a solenidade de diplomação dos eleitos deste ano. 

Emenda

Marcelo Nilo reiterou, por seu turno, sua "amizade fraternal" com Wagner e lembrou que nas últimas eleições que foi candidato à reeleição o governador teve o mesmo posicionamento contrário, mas "republicanamente" não interferiu na disputa. "Nesse tema temos opiniões diferentes, mas nada que arranhe nossa amizade", brincou. Nilo admite que a opinião do governador tem peso, mas ponderou que a sugestão de Wagner para se colocar em votação o fim da reeleição já foi atendida por ele. "Eu coloquei na pauta a emenda para extinguir a reeleição e quem mandou retirar foram dois deputados do PT, Paulo Rangel e Rosemberg Pinto", lembrou.

Rosemberg é o candidato do PT que disputará a eleição de presidente do Legislativo, mas não obteve uma declaração publica de apoio à sua candidatura do governador Jaques Wagner. O outro nome que pretende disputar o cargo é o deputado Pastor Isidório de Santana (PSC).

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