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Problemas técnicos impedem início da operação do matadouro de Irecê

Na avaliação do secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura, apesar dos desafios, equipamento começa a funcionar em 60 dias.

13 de março - 2014 às 15h44
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Fotos: Beavis / Sertão Baiano

Daniel Pinto

No último dia 27 de fevereiro, expirou o prazo para que a Frinordeste LTDA inicie a execução dos serviços do matadouro de Irecê, localizado na saída da cidade, às margens da BA-052. Em 27 de fevereiro de 2012, após processo licitatório, a empresa assinou contrato de concessão, cujo edital previa dois anos de carência para início efetivo dos trabalhos. Entretanto, o equipamento, que custou quase R$ 1.800.000, segue sem condições de operação.

Nesta quinta-feira (13), a equipe de reportagem do Sertão Baiano acompanhou uma inspeção realizada pelo secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Amaro Júnior, e pelo assessor técnico do Meio Ambiente, Moisés Menezes. O secretário está atento ao prazo legal, mas alega que problemas técnicos impediram o funcionamento do tão sonhado matadouro, que tem capacidade para atender 22 municípios da região. “A Prefeitura sabe da importância do equipamento. Por isso, cobrou o cumprimento do prazo. Mas, durante a última avaliação, a Frinordeste conseguiu comprovar uma série de falhas técnicas e estruturais, que comprometem a eficiência do matadouro e colocam em risco à segurança de funcionários”, observou Amaro Jr.

“Balaio de gato”

Entre os itens considerados inadequados, destaque para o sistema elétrico da Casa de Máquinas, o engate do guincho de transporte de carga, a vedação do frigorífico e a encanação que transporta vapor, usado no processo de higienização da carne e esterilização dos equipamentos. A inspeção também foi acompanhada pelo responsável técnico da Frinordeste para gestão do equipamento, Edício Silva Dourado, que foi questionamento pela reportagem se os problemas não poderiam ter sido identificados com antecedência. “Tivemos muitas surpresas que só surgiram na avaliação final. A tubulação do vapor, por exemplo, tinha a espessura ideal, estava instalada de forma correta, mas não suportou o teste prático. Tivemos que substituir toda estrutura por tubos galvanizados, o que acarretou uma série de intervenções na estrutura. Também tivemos que refazer a estrutura elétrica e substituir o sistema de roldanas”.

A empresa também alega que ainda não foi concluída a instalação do encanamento que vai levar água do poço artesanal para alimentação de todo o sistema. De acordo com o secretário Amaro Júnior, a empreitada ficou por conta da Companhia de Engenharia Ambiental e de Recursos Hídricos da Bahia (CERB). O representante da Prefeitura de Irecê se comprometeu a cobrar agilidade do órgão estadual. Além disso, ainda existe outro entrave: o acesso ao matadouro. “Vamos precisar do apoio do Governo do Estado para fazer uma saída específica para carros pesados”, revelou o gestor.

Segurança alimentar

Todo esse imbróglio traz à tona uma discussão sobre a qualidade da carne consumida em Irecê. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente alega que intensificou a fiscalização nos açougues e frigoríficos, que precisam apresentar nota fiscal da mercadoria e atender as condições sanitárias. “Hoje, não existem abatedouros clandestinos em Irecê. Mas, não posso dizer o mesmo dos municípios vizinhos. Para que a região desfrute de segurança alimentar, será preciso um trabalho conjunto com Prefeituras, Governo do Estado e Ministério Público”.

Quando estiver em pleno funcionamento, o matadouro terá capacidade de abater 500 cabeças de gado por dia e vai gerar 60 empregos diretos e outros 180 indiretos. Na avaliação de Amaro Júnior, apesar dos desafios, o equipamento vai começar a funcionar em 60 dias. O assunto ganhou repercussão nacional após série de matérias produzidas pelo CQC, da Band, no quadro Proteste Já. Confira:

 

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